Domingo, 20 de Julho de 2008

AS MÃOS E O SILÊNCIO

1

 

olhámos as mãos

as pedras

o silêncio

 

nada dissemos

porque tudo havia sido dito

 

 

2

 

procurámos a ternura

nos beijos indecisos

nos corpos intactos

nas mãos desejadas

e restámos

 

simplesmente

 

como se nada

ou tudo

houvesse acontecido

 
como se o grito que ouvimos

nas letras dos jornais

fosse apenas um grito

 

nada mais

 

 

3

 

cobriram-nos de sonhos inúteis

e sobejámos

 
incompletos
de mãos vazias

serenos


como se nascesse impotência

das palavras que nos deram


como se as horas do dia

que dedicámos à poesia

se transformassem em flores

nos olhos daquela criança que morreu

 
que morreu impunemente

como morrem todas as crianças

 

 

4

 

demo-nos

unicamente

na singeleza das palavras

 

e infecundos

seguimos dias

as noites

os mêses

os anos

 

 

5

 

quisemos rodear os nossos gestos

da simplicidade das coisas

do nítido contorno das coisas

 
mas sentimo-nos sós

fechados
como baús

sem asas

sem pássaros derramados pelos lábios


sem mais outra esperança

do que a necessidade de sermos nós

 

 

6

 

deram-nos as palavras

só por dar

 

como se nos dessem a própria dor

e nós fôssemos mendigos de poesia

 

 

7

 

possuimos um sonho em nossas mãos

mas percorreram-nos as veias do silêncio

como se o mar não tocasse as proas dos navios


e na inutilidade que sentimos

nela nos transformámos


como se nos tivessem modelado à sua imagem

ou tivéssemos nascido de joelhos

 

Joaquim Manuel Pinto Serra

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:32
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NOITE ALTA, CINCO DA MANHÃ

Noite alta, cinco da manhã,

Chopin enche de sons a sala,

E múltiplas emoções se

desnudam,

Tornando visível o que estava

oculto.

Imóvel, comovida, em êxtase

e silêncio,

Deixo elevar-se arrebatado,

o coração.

À memória vêm lembranças

jamais esquecidas,

E as feridas prestes a rebentar

como que cicatrizam.

Paira uma sensação de encanto

e nostalgia

E, suavemente, quase se

sente
A mão de Deus pousar.

 

Margarida Martins da Rocha

 

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 19:32
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Sábado, 19 de Julho de 2008

Um SENHOR

 

NELSON MANDELA

publicado por Manuel M. Oliveira às 15:31
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Sexta-feira, 18 de Julho de 2008

REIS

publicado por Manuel M. Oliveira às 16:45
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Domingo, 13 de Julho de 2008

OPS! – Revista de Opinião Socialista

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 00:00
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Sábado, 12 de Julho de 2008

XADREZ POLÍTICO

Cavaco Silva está de regresso ao “tabuleiro do xadrez político” e tem Ferreira Leite como “rainha”.

 

Santana Lopes

in Sol

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 20:58
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Segunda-feira, 7 de Julho de 2008

PARABÉNS

O 

 

completou 28 anos. Surgido em Maio de 1980, tem sobrevivido apesar das dificuldades, de vária indole, em especial financeira, sendo  mantido, nos últimos dez anos, graças à carolice de Barroso da Fonte, seu Director, porque “os trovadores e poetas menores, não “intelectualizados” ou periféricos, têm o direito de sonhar e de ser felizes”.

Bem hajam e parabéns.

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 23:12
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ADORMECI, NUM PÁSSARO AZUL

Adormeceu em mim um pássaro azul.

 

Toda a noite dormiu nos meus seios, silencioso.

 

A chuva gritava feroz na vidraça, O vento assobiava errante por

entre os penhascos.


Que alma de gente terás tu, meu lindo e sereno pássaro azul?

As tuas penas são tal e qual o sofrer de alguns seres humanos.


Em ti, esvoaço um sonho, semicerro o olhar.
Meu pássaro azul, não sei quem és!


Adormeceu em mim um pássaro azul.
Silencioso.
Meus dedos adormeceram de cansaço,
Meus seios de nenúfares desejados também.
Tudo em mim já adormeceu menos eu.

 
Eu que continuo a ouvir a melodia da chuva na vidraça, agora

mais calma,
Eu que continuo a embalar o meu pássaro azul,
Sem saber se ele é gente, ou se é efectivamente pássaro.

 

Enquanto vagueio no meu sonho, distante
Sinto meus dedos tocarem em pássaros até de outras cores,
Laranjas, vermelhos, amarelos, brancos...
Mas azul como aquele não,
Nem sequer em sonho.

 

Sinto que está ali,

No calor do meu peito,

Do meu coração.

 

Adormeceu em mim um pássaro azul.

 

Um pássaro de toda a gente e de ninguém como eu.
Adormeceu em mim.
Silencioso.


Nunca soube se teve alma de gente.

 
Sei que se aconchegou ao meu peito e, ao morrer, voou.

 

Célia Moura

 

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 23:10
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Domingo, 6 de Julho de 2008

FREE TIBETE

 

Grupo de Apoio ao Tibete

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 10:11
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Sexta-feira, 4 de Julho de 2008

Meninos

Depois do “menino guerreiro”, música de Santana Lopes em campanha eleitoral, Sócrates foi agora apresentado, em livro, como o “menino de ouro” do PS. Este país está a transformar-se num verdadeiro infantário, é só meninos…pena é que demorem a resolver o caso Casa Pia.

publicado por Manuel M. Oliveira às 01:46
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Um CRISTO

Num país de Inocentes,

O único Culpado.

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 01:22
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