Quando passas à minha rua
Como um anjo que flutua
Os teus pés, nunca pisam o chão
E a cada passo teu
Sem saber, eu troco o meu
Como se pisasses o meu coração
E até as flores do jardim
Mudam de cor, ao ver-te assim
Eu já não posso mais conter
Esta ansiedade de te ver
Quem és tu...
Quem és tu...miúuuuda
Nesse sobressalto, desse salto alto
Quem és tu...miúuuuda
Que me atormentas, em câmara lenta
Quem és tu...miúuuuda
Miúda quem és...
Há certos momentos em que eu acho
Que não passas de um golpe baixo
Fantasia, de um pobre coração
Cá vou eu de sentinela
Pôr-me a espreita, na janela
Nem sequer, sei se existes ou não
E até os velhos do jardim
Mudam de tom ao ver-te assim
Eu já não posso mais conter
Esta ansiedade de te ver
Quem és tu...miúuuuda
Quem és tu...miúuuuda
Nesse sobressalto, desse salto alto
Quem és tu...miúuuuda
Que me atormentas, em câmara lenta
Quem és tu...miúuuuda (uuu, miúuda, uuuu aaaaaa, uuuu aaaa)
Quem és tu...miúuuuda
Miúda quem és...miúuuuda
Miúda quem és tu...miúuuuda
Miúda quem és...miúuuuuda
Miúda, quem és tu...miúuuuda
Miúda, miúuuuda...miúuuuda
Os Azeitonas
José Sócrates reuniu uma série de notáveis para ajudar o PS a pensar e a reflectir, tendo em conta os próximos actos eleitorais. O encontro decorreu em Lisboa, na quinta-feira, e contou com a presença de António Mexia, presidente da EDP, António Carrapatoso, presidente da Vodafone, Henrique Granadeiro, presidente da PT, para além de Júdice e Proença de Carvalho.
in DN
Tendo em conta a hemorragia de votos de protesto do PS para a esquerda do PS, este encontro deve ter sido não só útil como pleno de riqueza estratégica.
João Tunes in Agua Lisa
O debate deve ser centrado em prioridades:
só com emprego se pode reconstruir a economia
Estamos a atravessar uma das mais severas crises económicas globais de sempre. Na sua origem está uma combinação letal de desigualdades, de especulação financeira, de mercados mal regulados e de escassa capacidade política. A contracção da procura é agora geral e o que parece racional para cada agente económico privado – como seja adiar investimentos porque o futuro é incerto, ou dificultar o acesso ao crédito, porque a confiança escasseia – tende a gerar um resultado global desastroso.
É por isso imprescindível definir claramente as prioridades. Em Portugal, como aliás por toda a Europa e por todo o mundo, o combate ao desemprego tem de ser o objectivo central da política económica. Uma taxa de desemprego de 10% é o sinal de uma economia falhada, que custa a Portugal cerca de 21 mil milhões de euros por ano – a capacidade de produção que é desperdiçada, mais a despesa em custos de protecção social. Em cada ano, perde-se assim mais do que o total das despesas previstas para todas as grandes obras públicas nos próximos quinze anos. O desemprego é o problema. Esquecer esta dimensão é obscurecer o essencial e subestimar gravemente os riscos de uma crise social dramática.
A crise global exige responsabilidade a todos os que intervêm na esfera pública. Assim, respondemos a esta ameaça de deflação e de depressão propondo um vigoroso estímulo contracíclico, coordenado à escala europeia e global, que só pode partir dos poderes públicos. Recusamos qualquer política de facilidade ou qualquer repetição dos erros anteriores. É necessária uma nova política económica e financeira.
Nesse sentido, para além da intervenção reguladora no sistema financeiro, a estratégia pública mais eficaz assenta numa política orçamental que assuma o papel positivo da despesa e sobretudo do investimento, única forma de garantir que a procura é dinamizada e que os impactos sociais desfavoráveis da crise são minimizados. Os recursos públicos devem ser prioritariamente canalizados para projectos com impactos favoráveis no emprego, no ambiente e no reforço da coesão territorial e social: reabilitação do parque habitacional, expansão da utilização de energias renováveis, modernização da rede eléctrica, projectos de investimento em infra-estruturas de transporte úteis, com destaque para a rede ferroviária, investimentos na protecção social que combatam a pobreza e que promovam a melhoria dos serviços públicos essenciais como saúde, justiça e educação.
Desta forma, os recursos públicos servirão não só para contrariar a quebra conjuntural da procura privada, mas também abrirão um caminho para o futuro: melhores infra-estruturas e capacidades humanas, um território mais coeso e competitivo, capaz de suportar iniciativas inovadoras na área da produção de bens transaccionáveis.
Dizemo-lo com clareza porque sabemos que as dúvidas, pertinentes ou não, acerca de alguns grandes projectos podem ser instrumentalizadas para defender que o investimento público nunca é mais do que um fardo incomportável que irá recair sobre as gerações vindouras. Trata-se naturalmente de uma opinião contestável e que reflecte uma escolha político-ideológica que ganharia em ser assumida como tal, em vez de se apresentar como uma sobranceira visão definitiva, destinada a impor à sociedade uma noção unilateral e pretensamente científica.
Ao contrário dos que pretendem limitar as opções, e em nome do direito ao debate e à expressão do contraditório, parece-nos claro que as economias não podem sair espontaneamente da crise sem causar devastação económica e sofrimento social evitáveis e um lastro negativo de destruição das capacidades humanas, por via do desemprego e da fragmentação social. Consideramos que é precisamente em nome das gerações vindouras que temos de exigir um esforço internacional para sair da crise e desenvolver uma política de pleno emprego. Uma economia e uma sociedade estagnadas não serão, certamente, fonte de oportunidades futuras.
A pretexto dos desequilíbrios externos da economia portuguesa, dizem-nos que devemos esperar que a retoma venha de fora através de um aumento da procura dirigida às exportações. Propõe-se assim uma atitude passiva que corre o risco de se generalizar entre os governos, prolongando o colapso em curso das relações económicas internacionais, e mantendo em todo o caso a posição periférica da economia portuguesa.
Ora, é preciso não esquecer que as exportações de uns são sempre importações de outros. Por isso, temos de pensar sobre os nossos problemas no quadro europeu e global onde nos inserimos. A competitividade futura da economia portuguesa depende também da adopção, pelo menos à escala europeia, de mecanismos de correcção dos desequilíbrios comerciais sistemáticos de que temos sido vítimas.
Julgamos que não é possível neste momento enfrentar os problemas da economia portuguesa sem dar prioridade à resposta às dinâmicas recessivas de destruição de emprego. Esta intervenção, que passa pelo investimento público económica e socialmente útil, tem de se inscrever num movimento mais vasto de mudança das estruturas económicas que geraram a actual crise. Para isso, é indispensável uma nova abordagem da restrição orçamental europeia que seja contracíclica e que promova a convergência regional.
O governo português deve então exigir uma resposta muito mais coordenada por parte da União Europeia e dar mostras de disponibilidade para participar no esforço colectivo. Isto vale tanto para as políticas destinadas a debelar a crise como para o esforço de regulação dos fluxos económicos que é imprescindível para que ela não se repita. Precisamos de mais Europa e menos passividade no combate à crise.
Por isso, como cidadãos de diversas sensibilidades, apelamos à opinião pública para que seja exigente na escolha de respostas a esta recessão, para evitar que o sofrimento social se prolongue.
Adriano Pimpão, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
Alexandre Azevedo Pinto, Economista, Investigador, Faculdade de Economia da Universidade do Porto;
Álvaro Domingues, Geógrafo, Professor Associado, Faculdade da Arquitectura da Universidade do Porto;
Ana Cordeiro Santos, Economista, Investigadora, Centro de Estudos Sociais;
Ana Narciso Costa, Economista, Professora Auxiliar, ISCTE-IUL;
André Freire, Politólogo, Professor Auxiliar, ISCTE;
António Romão, Economista, Professor Catedrático, ISEG-UTL;
António Simões Lopes, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Artur Cristóvão, Professor Catedrático, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Carlos Bastien, Economista, Professor Associado, ISEG;
Carlos Figueiredo, Economista;
Carlos Fortuna, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Carlos Santos, Economista, Professor Auxiliar, Universidade Católica Portuguesa;
Fátima Ferreiro, Professora Auxiliar, Departamento de Economia, ISCTE-IUL;
Francisco Louçã, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Isabel Carvalho Guerra, Socióloga, Professora Catedrática;
João Castro Caldas, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural do Instituto Superior de Agronomia;
João Galamba, Economista, doutorando em filosofia, FCSH-UNL;
João Guerreiro, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
João Leão, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
João Pinto e Castro, Economista e Gestor;
João Rodrigues, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
João Tolda, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Jorge Bateira, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
Jorge Gaspar, Geógrafo, Professor Catedrático, Universidade de Lisboa;
Jorge Vala, Psicólogo Social, Investigador;
José Castro Caldas, Economista, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
José Manuel Henriques, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
José Manuel Rolo, Economista, Investigador, Instituto de Ciências Sociais;
José Penedos, Gestor;
José Reis, Economista, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Luis Francisco Carvalho, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Manuel Belo Moreira, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural, Instituto Superior de Agronomia;
Manuel Branco, Economista, Professor Associado, Universidade de Évora;
Manuel Brandão Alves, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Margarida Chagas Lopes, Economista, Professora Auxiliar, ISEG;
Margarida Proença, Economista, Professora Catedrática, Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho;
Mário Murteira, Economista, Professor Emérito, ISCTE- IUL;
Mário Rui Silva, Economista, Professor Associado, Faculdade de Economia do Porto;
Mário Vale, Geógrafo, Professor Associado, Universidade de Lisboa.
Paulo Areosa Feio, Geógrafo, Dirigente da Administração Pública;
Pedro Adão e Silva, Politólogo, ISCTE;
Pedro Costa, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Hespanha, Sociólogo, Professor Associado, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Pedro Nuno Santos, Economista;
Nuno Teles, Economista, doutorando, School of Oriental and African Studies, Universidade de Londres;
Raul Lopes, Economista, Professor Associado, ISCTE-IUL;
Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Tiago Mata, Historiador e Economista, Universidade de Amesterdão;
Tiago Santos Pereira, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Vitor Neves, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
“…Ninguém vem abrir uma réstia de bons augúrios para um país que importa subsistir com Sócrates ou sem Sócrates. Sócrates, de facto - e isto é que será importante os seus assessores de comunicação terem presente - polarizou sobre si toda a raiva e ódio das culpas pelo estado onde chegámos. E neste momento, já são muitos aqueles que vivem do engano que, destruído o «bode expiatório», o «lobo mau», «matámos» os males e os perigos que nos cercam.”
Paquete de Oliveira
in JN – 2009/06/25
Embriagados,
Pelos cartazes das esquinas,
Pelos cartazes das esquinas,
Pelos slogans,
Pelos slogans,
Pelos reclames televisivos,
Pelos reclames televisivos,
“Temos que viver com aquilo que temos!...”
E o que temos?
Estamos nus e gramámos!...
“Beba Pepsi-Cola, a alegria de viver!”
Bebemos, e a alegria?
Temos sede e suicidámo-nos!...
Manuel M. Oliveira
Decorreu na passada 5ª feira (18/06/2009) a apresentação pública do projecto final de curso, denominado F.UTILITY, dos alunos finalistas da Licenciatura de Design de Moda (Pré Bolonha), da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, sob a coordenação do Professor, o consagrado estilista, MANUEL ALVES, na Livraria Ler Devagar, LX FACTORY (ao Calvário-LISBOA).
F.UTILITY é um projecto de 29 alunos que apresentaram os seus coordenados a um imenso público de familiares, amigos, convidados e profissionais da área.
Este evento, de enorme importância para os alunos por constituir a primeira plataforma de interacção com o exterior da Universidade, despertou enorme curiosidade e interesse no público presente, uma verdadeira enchente, que esperou pacientemente, apesar do muito calor e do atraso de mais de uma hora, para ver os trabalhos dos novos e futuros talentos da moda portuguesa.
Eclectismo, diversidade, irreverência e muita originalidade foi o que os finalistas, futuros Designers de Moda, presentearam a audiência, revelando que conseguiram vencer o desafio proposto, ao nível conceptual e técnico, cruzando todo o conhecimento adquirido.
A moda nacional ganhou mais um punhado de jovens talentosos, profissionais prometedores, com potencial e qualidade criativa e técnica.
( adaptado do blog www.andthisisreality.blogspot.com )
( ver projecto F.Utility )
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Nua a mão que segura
outra mão que lhe é dada
nua a suave ternura
na face apaixonada
nua a estrela mais pura
nos olhos da amada
nua a ânsia insegura
de uma boca beijada.
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Nu o riso e o prazer
como é nua a sentida
lágrima de não ver
na face dolorida
nu o corpo do ser
na hora prometida
meu amor que ao nascer
nus viemos à vida.
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Nua nua a verdade
tão forte no criar
adulta humanidade
nu o querer e o lutar
dia a dia pelo que há-de
os homens libertar
amor que a eternidade
é ser livre e amar.
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Manuel da Fonseca
in "Poemas para Adriano"
Cabeça de lista do PSD às europeias admite não cumprimento do mandato
in blog LUMINÁRIA
Gostava de ter escrito este texto:
“Desculpem lá a ingenuidade, mas estes 28 crânios não são aqueles que defendem que a recuperação da economia nacional e a competitividade das empresas portuguesas passa por congelar ou até reduzir salários (que não os próprios)?
Estes 28 crânios não desempenharam quase todos eles funções governativas nos últimos 35 anos; não estiveram quase todos eles à frente do sistema - com toda a carga pejorativa que o termo “sistema” carrega - bancário português; estes 28 crânios não são todos eles responsáveis pelo desgraçado estado em nos encontramos?
Muito mais grave ainda, estes 28 crânios enquanto responsáveis e/ou titulares de cargos, nunca fizeram a ponta de um corno para evitar termos desembocado num beco quase sem saída. Antes pelo contrário, trataram da vidinha e atenderam aos lóbis amigos e amigos do “sistema”.
E é de tratar da vidinha que isto trata.
Isto é para levar a sério? É. Na medida de que isto é um mau sinal para o futuro de José Sócrates e do Governo PS. Na medida em que quando estas "bruxas" do regime, que têm o dom de adivinhar para que lado vão soprar os ventos, se começam a demarcar quer dizer exactamente que já se estão a posicionar para o que aí vem.
Lá diz o povo que quando o barco começa a afundar os primeiros a fugir são os 28, perdão, são os ratos. Verdade verdadinha! E Verdade verdadinha é que está nas mãos do povo tirar “a razão” às bruxas.
Adenda: uma resposta que nunca iremos ter é, se os resultados das europeias tivessem sido diferentes este “manifesto” teria visto a luz do dia?”
José Simoes
A análise dos resultados eleitorais das Europeias 2009 quer em Portugal quer no resto da Europa permite concluir a vitória clara do centro direita.
Não se compreende a manutenção no poder em vários países da UE de forças políticas conservadoras e, sobretudo, o crescimento eleitoral de partidos de extrema direita, o que não augura nada de bom para a Europa… Também não se compreende que as forças políticas de esquerda, que não têm sido capazes de oferecer uma alternativa credível, de esperança aos povos, não se empenhem para perceberem onde falharam, como corrigir e se aproximem.
Nós, Partido Socialista, temos de mostrar humildade democrática e aprender com a derrota. A escolha de Vital Moreira como cabeça de lista do PS foi acertada como o futuro irá certamente comprovar com o seu desempenho no PE. O que falhou então?
É claro que quem tem ideais de esquerda não ficou satisfeito com a derrota do PS, mas, o que temos feito para que acreditem em nós, que somos capazes de lutar por uma sociedade solidária, pela justiça social, por uma melhor distribuição da riqueza, por uma sociedade onde a política se sobreponha aos grandes interesses económicos, que puna com rigor a corrupção e o tráfico de influências. Soubemos explicar ou explicar melhor as reformas que foram feitas, a sua necessidade e objectivos?
Os resultados eleitorais evidenciam que é necessário mudança e em nosso entender:
- Mudança de política: Se é impossível e porventura nefasto fazer uma inflexão estratégica da politica em escasso período de tempo, é possível e desejável a mudança de rostos e de atitudes. Consideramos, todavia, que as várias moções sectoriais apresentadas no último Congresso abrangem a totalidade das questões mais importantes que serão decisivas nos próximos quatro anos e consequentemente, um bom ponto de partida para elaboração do Programa do Governo, daí ser urgente a convocação de uma reunião da Comissão Nacional para as discutir.
- Mudança de rostos: no futuro, na área governamental, nas pastas da Educação, Economia e Agricultura. Internamente e sendo impossível de imediato, a instituição das "primárias", uma das propostas da moção "Mudar para Mudar: Mudar o PS, para Mudar Portugal!”, propomos:
- o fim das duplas candidaturas (legislativas-autárquicas): nenhum candidato às autarquias poderá ser candidato a deputado;
- abertura às diversas sensibilidades internas, mormente à ala esquerda: participação nos documentos eleitorais e necessariamente na constituição das listas que deverão ser renovadas;
- os candidatos a deputados devem: ser do círculo onde concorrem e comprometerem-se também a responderem perante o eleitorado do círculo que os elegeu.
- Mudança de atitudes: abandonar a postura altaneira e autista. O PS deve aos militantes de base atenção e respeito, atitudes que devem ser estendidas á população
É hora de reflectir, cerrar fileiras e com lucidez preparar o futuro porque, é dos livros:
“QUANTO MAIS A LUTA AQUECE MAIS FORÇA TEM O PS”.
PS.: Este texto é produto de reflexões de vários camaradas, entre eles, Jorge Bateira, Paulo Pedroso, Pedro Baptista e Rómulo Machado.
“Antes que os dois casos desapareçam das primeiras páginas dos jornais vale a pena fazer uma breve comparação:
Fugas ao segredo de justiça: enquanto as peças do caso Freeport parece terem sido afixadas num jornal de parede afixado na porta do Ministério Público as peças processuais.
Posição do sindicato dos magistrados do Ministério Público: enquanto no caso Freeport, um pouco à semelhança do que já tinha sucedido em relação ao caso Casa Pia, o sindicato dos magistrados do MP se tem desdobrado em declarações e insinuações em relação ao caso BPN ainda não se ouviu uma única intervenção. Enquanto no caso Freeport vieram a público exigir meios, no caso BPN que é bem mais complexo ninguém se queixou em público dessa falta de meios.
Pressões sobre a justiça: enquanto no caso Freeport um magistrado foi acusado de ter feito pressões aos magistrados responsáveis pela investigação, só porque num almoço com esses amigos disse umas baboseiras inconsequentes, no caso BPN o Presidente da República veio a público afirmar que não tinha elementos para duvidar da inocência de Dias Loureiro, o homem que com o suspeito Oliveira e Costa partilhou a gestão do banco durante vários anos.
Provas: enquanto as acusações no caso Freeport são alimentadas por um DVD produzido por gente interessada no processo e que na ocasião procurava obter lucros à custa dos ingleses, no caso BPN as provas são sustentadas por um buraco financeiro de mais de dois mil milhões de euros. Enquanto no caso Freeport há suspeitas, no caso BPN ninguém tem dúvidas da existência de fraudes.
Montantes: enquanto no caso Freeport poderão estar em causa centenas de milhares de euros no caso BPN estão em causa milhares de milhões de euros.
Arguidos: enquanto no caso Freepot já há vários arguidos, alguns por meras suspeitas, no caso BPN e apesar dos muitos que colaboraram com a gestão de Oliveira e Costa há um único arguido.
Orientação das investigações: enquanto no caso Freeport a investigação tem sido orientada em todos os sentidos procurando culpar ou ilibar Sócrates, no caso BPN a investigação (a crer nas declarações dos responsáveis) se concentra nos actos de gestão de Oliveira e Costa (que deverão dar para entreter os dois investigadores atém à prescrição dos crimes).
Visitas de Pinto Monteiro a Belém: enquanto o caso Freeport já levou Pinto Monteiro a Belém por mais de uma ocasião, o caso BPN ou não motivou nenhuma visita ou se tal sucedeu ninguém disse nada à comunicação social.
Interesses económicos: enquanto o Freeport foi comprado pela Carlyle, uma empresa representada em Portugal por gente do PSD, tendo o famoso DVD aparecido via Londres depois dessa compra, o BPN foi fundado igualmente por gente do PSD.
Testemunhas: enquanto as testemunhas do caso Freeport, desde advogados a tios e primos, foram ouvidas, no caso BPN a investigação parece só querer ouvir Oliveira e Costa, não parece haver qualquer pressa em ouvir outros administradores do banco, incluindo os parceiros do próprio Oliveira e Costa.
Beneficiados: enquanto no caso Freeport todos estão interessados em provar que Sócrates é beneficiado, no caso do BPN ninguém está interessado em identificar os beneficiados como se os mais de dois mil milhões de euros se tivessem esfumado, ninguém parece querer saber quem ganhou dinheiro fácil em negócios no, com ou através do BPN.
Comecei por justificar esta comparação manifestando o receio de que ambos os casos desapareçam dos jornais o que começa a ser evidente, o caso BPN começa a ser esquecido e o BPN vai beneficiar de uma imensa cortina de fumo o que, aliás, tem sucedido a começar pelo inquérito parlamentar que parece estar mais preocupado em acusar quem devia ter cuidado do galinheiro do que em apanhar os ladrões das galinhas.
Se no caso Freeport não há interesse em chegar a conclusões no caso BPN há muita gente que começa a sentir medo das conclusões, dois mil milhões de euros não poderão ter desaparecido sem deixar rasto e sem que ninguém tivesse ganho com a fraude. É evidente que não foi só Oliveira e Costa a fazer desaparecer tal montante, o buraco do BPN é o resultado de dezenas ou milhares de negócios ruinosos de que muita gente beneficiou.
Aposto com quem quiser que os dois casos vão acabar por desaparecer, o caso Freeport porque há gente que agora já não quer que se saiba a verdade e o caso BPN porque há muita gente com medo dessa mesma verdade. Agora que o caso BPN foi suscitado aposto que jornais como o SOL e o Público ou estações de televisão como a TVI vão deixar de abordar o caso Freeport, não vá haver alguma fuga vingativa de informação no caso BPN. Até porque com os resultados das europeias o trabalho está feito e a hora é de esquecer estes assuntos para que tudo pareça normal, depois das legislativas alguém virá dizer que Sócrates era inocente e que foi Oliveira e Costa a fazer desaparecer dois mil milhões de euros sem que mais ninguém tenha beneficiado do negócio.
E já que estamos a falar de abafos judiciais deixo aqui uma pergunta: o que é feito da famosa Operação Furacão? Aparentemente passou a brisa suave sem ninguém se ter constipado com correntes de ar…”
In O Jumento
Peguemos então na máquina de calcular e deitemos contas à democracia que temos. De mais de 9 milhões e meio de eleitores inscritos, 63% (mais de 6 milhões) entenderam, no passado domingo, que não valia a pena votar. Considerando que outros 4,63%, tendo votado, o fizeram em branco, negando a confiança a qualquer partido, e que houve 2% de votos nulos, os portugueses que confiam ainda nos partidos que temos são já menos de um terço (30%).
O que significa que o PSD - partido mais votado - tem a confiança de apenas 9,5% dos portugueses (31,68% de 30%), e o PS de menos ainda: nem de 8% (26,58% de 30%). E todos os restantes partidos, no seu conjunto, de menos de 9%. É esta a legitimidade democrática (o PSD representando 9,5% dos portugueses, o PS menos de 8% e os restantes partidos menos de 9%) do actual sistema partidário. O que levou a tal divórcio dos portugueses - que, no entanto, nas primeiras eleições após o 25 de Abril acorreram em massa, esperançada e entusiasticamente, às urnas - dos políticos e da política?
Teremos que mudar de povo? De políticos? Ou devemos continuar a fazer de conta?
in JN de 09/06/2009
"Há quem vislumbre sinais do (princípio do) fim da crise em que temos vivido. Pelo contrário, eu só vejo razões para dizer que a crise está para durar. Já nem falo do enorme potencial de instabilidade que representa a profunda ligação financeira entre EUA e China. Concentro-me apenas na Europa.
No início de Maio, Wolfgang Münchau chamava a atenção para a dimensão dos prejuízos não assumidos pelos bancos alemães que, segundo estimativas do regulador financeiro (Bafin) seriam de “cerca de um terço do produto interno bruto da Alemanha.” Recordava também que, após uma década de políticas falhadas, o Japão só conseguiu travar a crise quando obrigou os bancos a assumir os seus prejuízos e a aceitar a entrada de capitais públicos.
Entretanto, através de auditorias aos principais bancos, e exercícios de simulação da evolução das suas contas em cenários desfavoráveis (ao que parece, não muito), os EUA conseguiram ter uma ideia aproximada do estado do seu sistema financeiro. Vários economistas de renome discordam da solução encontrada. Porém, uma coisa é certa: a administração Obama enfrenta o problema, ainda que com as limitações ideológicas que conhecemos.
Pelo contrário, do lado de cá do Atlântico onde o crédito bancário tem mais peso no financiamento das empresas, vemos que: a economia da UE continua a degradar-se, com destaque para a Alemanha e para o Reino Unido, este porventura a ter de recorrer ao FMI daqui a uns meses; continuada degradação da situação económica e financeira no Leste da Europa com ramificações à banca da Zona Euro; tomada de posição da chanceler Angela Merkel contra a participação menos ortodoxa do Banco Central Europeu no combate à crise; complacência das autoridades nacionais e europeias face à situação do sistema financeiro no que toca aos ‘activos tóxicos’. Quanto a este último ponto, no início de Junho alguns economistas franceses e alemães assinaram no Financial Times um artigo em que apelavam a uma intervenção rápida e enérgica das autoridades para sanear o sistema bancário europeu cuja situação global qualificam de “disfuncional”.
Ora acontece que Angela Merkel tem boas perspectivas de se manter no poder por mais uns anos. Segundo o ex-ministro dos negócios estrangeiros Joschka Fischer, “a UE é cada vez mais vista [pelos Alemães] como enquadramento e condição de partida para a afirmação dos interesses nacionais, e não como uma finalidade em si mesma.” Embora o ex-ministro argumente que esse caminho é errado e não serve os genuínos interesses da Alemanha, o certo é que a maioria dos seus concidadãos parecem estar convencidos do contrário.
Num contexto de grande recessão que parece ter abrandado mas tem todas as condições para voltar a acelerar, a manutenção no (ou ascensão ao) poder em vários países da UE de forças políticas conservadoras, e o crescimento eleitoral de partidos de extrema direita, significa para mim que há nuvens muito negras no horizonte. Mesmo com legitimidade eleitoral, não me parece que as famílias políticas que geraram esta crise estejam em condições intelectuais e morais para lhe pôr cobro.
Não menos importante, essas nuvens negras também significam que as forças políticas de esquerda não têm sido capazes de oferecer uma alternativa credível, uma alternativa que dê um horizonte de sentido e esperança às sociedades europeias assustadas com o desemprego e a crise financeira, dos seus bancos e dos seus estados. Para o futuro da Europa é decisivo que estas forças políticas procurem empenhadamente perceber onde estão a falhar e se disponham a fazer as indispensáveis (ainda que dolorosas) rupturas. É que o futuro da Europa também depende da forma como as esquerdas lerem os seus resultados eleitorais.
Numa grande crise, o futuro está mais aberto do que nunca, para o melhor e também para o pior. "
Jorge Bateira
Como é possível que sendo o neo-liberalismo responsável pela crise que atravessamos, estando o centro-direita maioritariamente no poder por essa Europa fora, ao invés de ser castigado é premiado?
Em Portugal, tivemos (% em função dos eleitos):
|
2004 |
2009 |
ESQUERDA |
62,5% |
54,5% |
DIREITA |
37,5% |
45,5% |
63% ABSTENCAO, 7% VOTOS NULOS E
PS.: Nos Açores a abstenção chegou aos 78%…
Dia 11 de Junho, próxima 5ª feira, feriado, entre as 15 e as 18 horas.
FINA D´ARMADA estará presente na Feira do Livro do Porto, Avenida dos Aliados, na pavilhão da editora Esquilo, para autografar os livros de sua autoria, sobretudo “O Segredo da Rainha Velha”, romance histórico, que já vai na 2ª edição.
Comparece.
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