Quinta-feira, 30 de Julho de 2009

OS PARTIDOS, O COMPROMISSO E A LIBERDADE

Ainda é da natureza dos partidos viver mal com as opiniões livres e com uma verdadeira diversidade política que não se fique pelas meras contas de cabeças de cada capelinha. Nuns casos, oferecem lugares em troca da desistência, noutros, esperam sinais de fidelidade acrítica, a que chamam cultura de partido, para finalmente aceitarem como seus os que sempre o foram. Seja como for, trata-se de um suicídio. Um partido sem homens e mulheres livres é um partido sem futuro. Porque o compromisso da militância só o é a sério quando tem raízes firmes em convicções pessoais.

 

Sobre a minha viagem, que continua, escreverei mais tarde.

 

Daniel Oliveira

in Arrastão

 

 

Sei do que fala …

 

Manuel Oliveira

publicado por Manuel M. Oliveira às 00:56
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AS LISTAS DO PS - OPORTUNIDADE PERDIDA

O eco algo difuso da divulgação das listas de candidatos do PS à Assembleia da República está a esbater-se. O complexo político-mediático apenas se agitou ligeiramente com os nomes de dois dos três independentes convidados a participar nas listas. Hoje, pode afirmar-se já que as listas, no essencial, se limitaram a seguir uma rotina previsível. Repetiram-se quase a papel químico episódios anteriores. Não se conseguiu transformá-las globalmente numa novidade que pudesse dar um contributo próprio para impulsionar o PS rumo a uma vitória que se prevê difícil.


Uma pesquisa aturada descobrirá duas dezenas de candidatos realmente qualificados, que suportariam perfeitamente um critério de escolha realmente meritocrático. Mas não são suficientes para desfazerem o tom cinzento pálido transmitido pelo conjunto das listas.


Foram poucas as Federações distritais em que se enfrentaram duas candidaturas nos Congressos mais recentes. Mas, se não estou em erro, não há candidatos elegíveis de nenhuma das (poucas) minorias distritais.


No plano nacional, a única minoria, que se bateu no último Congresso com pontos de vista assumidamente distintos dos adoptados pelos apoiantes de Sócrates, tendo apresentado moção alternativa à oficial e lista própria para a Comissão Nacional, foi a Corrente de Opinião Esquerda Socialista, constituída a partir da moção “Mudar para mudar”. Mas apesar disso, nenhum dos seus elementos foi integrado em qualquer lugar de qualquer das listas de candidatos à Assembleia da República. E, no entanto, tem 11 % dos membros da Comissão Política Nacional e da Comissão Nacional.


Que eu saiba, uma outra corrente de opinião interna do PS, polarizada em torno do Manuel Alegre, também não tem qualquer dos seus membros integrados nas listas do PS. O pluralismo de Sócrates ficou-se, deste modo, como aliás expressamente admitiu na CN, pela inclusão nas listas de camaradas que não o apoiaram em 2004, quando concorreu contra Manuel Alegre e João Soares. Ou seja, os que não o tendo apoiado em 2004 o apoiam agora. Ou, pelo menos, não o desapoiam o suficiente para que se tivessem recusado a alinhar com a sua moção e para que não se tivessem acolhido nas suas listas.


Ou seja, Sócrates negociou ostensivamente com a corrente de opinião liderada pelo Manuel Alegre, mas não chegou a um acordo que permitisse a sua inclusão nas listas.

Ignorou a única corrente de opinião que se lhe contrapôs no Congresso Nacional de Fevereiro passado, seguindo as regras do jogo estatutariamente consagradas. Inventou um pluralismo “light”, traduzido numa imensa bondade de não discriminar negativamente entre os seus actuais apoiantes aqueles que há cinco anos estiveram contra ele. É um pluralismo mutio ligeiro, que encoraja as conspirações de corredor, que se agacha perante as manifestações de força politicamente relevantes e que menospreza os militantes que optam por discordar dele dentro do Partido com respeito pelas regras estatutárias e com total lealdade política.


No que diz respeito aos membros da corrente de opinião “Esquerda Socialista”, se bem os conheço, não se sentiram atingidos pessoalmente pelo esquecimento. De um modo geral, têm as suas profissões e vêem o combate político como uma luta cívica a que não devem fugir e não como uma carreira de que devem cuidar. Mas ficaram desiludidos na medida em que o Partido preferiu acolher-se às rotinas aparelhísticas habituais, temperadas por uma ou outra esforçada novidade, do que ousar transformar o processo de escolha das listas num acontecimento qualificante da política e prestigiante para a democracia.

O PS renunciou assim ao impulso positivo que lhe podia ter sido transmitido, mesmo no plano do apoio eleitoral, por um processo de formação das listas que seguisse a via das eleições primárias. E nem sequer enveredou pela modesta aventura de ancorara as suas escolhas numa ostensiva meritocracia multidimensional.

Por isso, pela parte que me toca, na reunião da Comissão Política Nacional que votou as listas de candidatos, abstive-me quanto a todas elas, depois de ter avisado, expressamente, que não estava a exprimir um juízo depreciativo sobre a pessoa dos candidatos, muitos dos quais nem conhecia, mas sim o método de escolha, julgando eu que o mais adequado é o que implica o recurso a eleições primárias para serem designados os candidatos do PS às diversas eleições.


Não me pronunciei, por isso, sobre nenhuma das listas em si próprias. No entanto, participei, sem direito a voto, na reunião da Comissão Política da Federação de Coimbra, dois dias antes, escolheu os candidatos do distrito de Coimbra, tendo feito um comentário á lista apresentada. Entre outras coisas, admitindo que a lista correspondia a uma das lógicas possíveis, sustentei que a própria admissibilidade de muitas lógicas e de diversas opiniões tornava preferível a realização das referidas primárias. Considerei que, quanto à anunciada cabeça de lista, se progredira relativamente ao que ocorrera há quatro anos, sem conseguir identificar com precisão as suas limitações, ela me parecia globalmente uma lista fraca, principalmente, tendo em conta que tem que concorrer com outras, cujos trunfos é imprudente menosprezar.


Concluí que seria desejável que o PS de Coimbra fosse capaz de criar condições, através de uma renovação do trabalho político, para que daqui a quatro anos pudéssemos celebrar com naturalidade a escolha de um militante socialista do distrito de Coimbra como cabeça de lista, em consequência da afirmação do seu mérito e da ostensiva excelência das suas qualidades.

Numa palavra, se é certo que a modéstia da imagem que o conjunto das listas, à escala nacional, projecta não vai decerto fazer com que percamos as eleições legislativas, a verdade é que se desperdiçou uma oportunidade única de buscar na inovação, quanto às listas e à sua feitura, um poderosos impulso para que as vencêssemos.

 

Rui Namorado

in O Grande Zoo

 

 

Excelente texto que subscrevo inteiramente (adaptação à Fed. Dist. Porto)

 

Manuel Oliveira

Membro da CO Esquerda Socialista

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 00:33
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Devem pensar que as eleições são para a Câmara Corporativa

 

 

Tendo em conta que decidiram ir a votos, uma das excitações eleitorais é tentar adivinhar quantos deputados a Fenprof vai conseguir eleger.

 

João Tunes

in Agualisa6

publicado por Manuel M. Oliveira às 00:05
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Sexta-feira, 24 de Julho de 2009

AFINAL…

in JN - 2009/07/24

 

“rasgaram”  pouquinho…

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 15:15
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MUDA PALMELA - CONVITE

 

 

Em virtude de ser de todo impossível estar presente fisicamente na apresentação  da Candidatura à C. M. Palmela, do camarada Fonseca Ferreira, faço votos que tudo corra conforme deseja e merece.

 

Sei que a tarefa vai ser árdua e nada fácil, mas vamos a isto. Força camarada.

 

De Gondomar para Palmela,

Um grande abraço

 

Manuel Oliveira

 

PS.: A apresentação da candidatura conta também com a presença do camarada EDMUNDO PEDRO 

publicado por Manuel M. Oliveira às 09:44
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Quinta-feira, 23 de Julho de 2009

ALEGRES RECORDAÇÕES

publicado por Manuel M. Oliveira às 16:31
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A IMPORTÂNCIA DE SER BENTO

Para o lugar de Dias Loureiro no Conselho de Estado, o Presidente da República convidou Vítor Bento, presidente da Sociedade Interbancária de Serviços, vulgo SIBS, ou seja, o Multibanco. Vítor Bento pertence ao quadro do Banco de Portugal, embora esteja na situação de licença sem vencimento desde 8 de Junho de 2000, data em que ingressou na SIBS. O facto estar na situação de licença sem vencimento, há nove anos consecutivos, não tem impedido progressões automáticas — por mérito — no quadro do BdP. Como Vítor Bento não se chama Armando Vara, o pessoal tolera. Até porque consta da cláusula 91.ª do Acordo Colectivo de Trabalho. OK. Se e quando Vítor Bento voltar ao BdP, terá direito a um vencimento-base de 11 mil euros, mais 47% desse valor a título de abono de isenção de horário, mais os benefits da praxe. Na SIBS ganha com certeza mais.

 

Não estando em causa a competência profissional do novo conselheiro de Estado, nada disto teria grande importância se o Presidente da República não tivesse dado, com esta escolha pessoal, um sinal contraditório com as suas — dele, Presidente da República — reiteradas preocupações sociais, enfatizadas numa célebre declaração sobre a espiral dos vencimentos dos gestores públicos e privados. Não admira que o PSD tenha adiado para Setembro — provavelmente para o dia 26 — a apresentação do seu programa eleitoral. Quem é que perde tempo a ler dezenas ou centenas de lugares-comuns? Os sinais são claros. E estão aí.

 

Para quem não saiba, Vítor Bento propôs recentemente, como solução para a crise económica, a redução — repito: a redução — dos salários dos trabalhadores por conta de outrem.

 

Eduardo Pitta

in SIMPLEX

 

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 11:53
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DESTAQUE NO SAPO

Ontem fomos distinguidos como um dos blogues em Destaque no Sapo, o que nos honra e enche de orgulho, e as visitas subiram em flecha.

Queremos partilhar com vocês a notícia e agradecer a navegação.

Obrigado. Muito Obrigado.

 

PS.:  Num futuro próximo apresentar-vos-emos à Gisele…

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 10:28
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Quarta-feira, 22 de Julho de 2009

ESCOLHO OS DEPUTADOS

Quais são os critérios para fazer parte da lista de deputados? Qual é o perfil?

Estas são algumas das interrogações que há demasiado tempo estão sem resposta. Mas mais do que uma análise da situação sobre como são feitas as listas de deputados é chegado o tempo de propor soluções. Aqui vai uma:

 

REQUISITOS

Para ser seleccionado candidato a deputado à Assembleia da República deverá ser necessário cumprir seis requisitos:

 

  1. Ter residência no círculo eleitoral;
  2. Não ter sido deputado nos dois últimos mandatos sucessivos (sim, defende-se a limitação de mandatos para os deputados);
  3. Ser eleito pelos militantes para a lista do respectivo distrito como candidato;
  4. Manifestar aos militantes a sua intenção de ser candidato a deputado;
  5. Reunir para a sua candidatura 100 assinaturas de militantes;
  6. Apresentar aos militantes a sua candidatura.

 

PROCESSO ELECTIVO

Assim, para se ser designado candidato a deputado à Assembleia da República, será necessário passar por um processo electivo, no qual participam apenas os militantes. Resumidamente, este processo divide-se nas seguintes fases:

 

  • Declaração de candidatura;
  • Apresentação de candidatura;
  • Votação nos candidatos;
  • Ordenação da lista dos candidatos (do mais votado para o menos votado);
  • Publicação dos resultados;
  • Aprovação da lista de deputados pela Comissão Política da Federação (embora seja uma redundância, cumprem-se os Estatutos)

… ... ...

CONCLUSÃO

Defende-se que todos os militantes do partido, com os seus deveres cumpridos, devem ter a possibilidade de serem candidatos à Lista de Deputados da Assembleia da República. E que esta escolha deve ser feita entre aqueles que se submetem à votação de todos os militantes. Pode discordar-se, mas não se pode negar que se ganha em transparência e em democracia.

 

Temos de fazer algumas escolhas e as soluções estão ao nosso alcance. Mas o que nos falta agora, é a vontade política para fazer as escolhas certas para o nosso futuro.(Al Gore)

/   /   /

No início de Janeiro (2008) foi publicado um estudo de opinião sobre a participação política da geração que cresceu com a democracia e os resultados são surpreendentes. A política é um assunto que não interessa a pelo menos metade dos inquiridos (entre os 30 e os 39 anos). A mesma percentagem reconhece que nem sempre vota (20% nunca o fizeram) e que jamais assistiu a uma iniciativa política.

 

CELSO GUEDES DE CARVALHO

in “Viagens no meu Partido

texto escrito em 2007.Maio.21

 

 

PS.: Fui convocado (inerente, sem direito a voto) para a reunião da Comissão Política da Federação Distrital do Porto a realizar amanhã, e a agenda de trabalhos é a Aprovação da Lista de Deputados à Assembleia da República. Promete.

 

Manuel Oliveira, membro da

CO Esquerda Socialista

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 19:02
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Segunda-feira, 20 de Julho de 2009

PARABÉNS, GISELE.

 

 

 Pena, não ter sido convidado para a festa!

 

www.giselebundchen.com.br

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:49
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SOBRETUDO PELO PS

Não é possível estar na política com um pé dentro e o outro fora.

Não é possível pensar política com indiferença e esperar que alguém a faça por nós para depois reclamar imaculada- mente.

Não é possível aguardar em política para ver a terra queimar em jogos de lucro calculado à custa da miséria alheia.

Não é possível estar na política sem tentar evitar o mal-maior.

 

Ficaria de mal comigo se faltasse a este projecto e não desse o meu contributo para a luta por um País melhor, mais justo e solidário. Ficaria de mal com os meus se nada fizesse para evitar que Portugal viesse a ser governado de Belém numa amálgama presidencial onde o governo e a capital pudessem ser a face da mesma moeda.

 

Por isso aqui estou, mais uma vez na frente de batalha, não em defesa de "sobretudo alguém" (até por não acreditar em infalíveis e iluminados), mas na defesa coerente dos que têm de ser defendidos e que sempre viram no Partido Socialista o motor do progresso, do desenvolvimento português, da solidariedade, da esperança e da liberdade.

 

Não quero um País suspenso da democracia, parece-me SIMpleX.

 

Luís Novaes Tito

in blog SIMPLEX

publicado por Manuel M. Oliveira às 18:24
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SIMPLEX - a Esquerda banda larga

 

           mais um Manifesto

 

A vida tem destas coisas, juntar pessoas que não se conhecem, homens e mulheres, jovens e menos jovens, gente consagrada e por consagrar, gente divertida e sisuda, oriunda das mais diversas áreas profissionais e políticas, sem outra afinidade que não uma declaração de voto comum: nas próximas eleições legislativas vamos todos votar no Partido Socialista.


São várias as razões deste voto. Defendemos acima de tudo a liberdade, e esta mede-se pela capacidade de garantir progresso social e económico; a diversidade de opções e escolhas; o reconhecimento e os direitos das minorias. Assim, grande parte dos colaboradores do SIMplex apoia a interrupção voluntária da gravidez; a pluralidade cultural de todas as regiões do país; a plena igualdade no acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo; a laicidade do estado e a liberdade religiosa; bem como, naturalmente, a real igualdade de género.

 

Somos ainda pela inovação, pelo conhecimento, pela capacidade inventiva e criadora, pela sustentabilidade energética, pela ecologia. Somos por um país que mede o seu valor pelo que faz agora pelos seus cidadãos e pelas suas cidadãs, nascidos ou não aqui, falantes ou não de português. Recusamos os mitos do passado, o medo, o atavismo e a violência simbólica das nostalgias salazarentas. Com igual vigor recusamos as utopias revolucionárias. Somos pela dignificação do sistema político, trazendo para ele novas caras, gente desinteressada, apostada bom bem-público, exigindo accountability. Não somos pelo corte definitivo entre a cidadania e a representação democrática. Repudiamos com veemência as alternativas caudilhistas, presidencialistas ou que se deixem seduzir  por suspensões da democracia.


Acreditamos que a política não é uma arte perfeita. Cometem-se erros. Admitimos mesmo que o PS os tenha cometido. Como todos os partidos, o PS não é perfeito, nem pretendemos que seja. Muitos de nós gostamos do que o PS tem feito pela liberdade, pela igualdade e pela modernidade. Acreditamos num socialismo moderno que aposte no papel do Estado, com serviços públicos de qualidade para todos, com igualdade de oportunidades e no quadro de uma economia de mercado regulada por parâmetros europeus. O PS do centrão e as políticas neo-liberais no trabalho e na economia não nos interessam.

Não estamos, portanto, satisfeitos. Se estivéssemos, não abriríamos este espaço de apoio declarado, mas também de crítica e prospecção. Interessa debater o que foi feito, de bom e de mau, neste últimos quatro anos; mas também projectar o que de melhor se pode fazer para a próxima legislatura. Queremos que o ritmo das reformas se mantenha ou acelere. Queremos transformações concretas na justiça, na segurança social, na saúde e na educação. A dignificação dos profissionais, em todas as áreas, é fundamental. O fosso entre ricos e pobres não pode continuar a alargar. A classe-média não pode ser cilindrada. Não há sociedades perfeitas. Mas há sociedades justas. Acreditamos nisso. Votamos PS por acreditar que está bem preparado para o conseguir.

Não iremos votar no PSD porque a sua líder simboliza praticamente tudo o que de negativo foi aqui elencado – uma política que aposta na negatividade e apela aos piores instintos de receio, fechamento, e honrada pobreza. Não queremos o regresso do PSD, muito menos do PSD personificado por Manuela Ferreira Leite ou Santana Lopes.

Não queremos o regresso da tanga.

 

Como se depreende, as razões do nosso apoio ao Partido Socialista são muito diferentes. Estamos aqui para demonstrar um voto de confiança, assumido e partilhando sem complexos, uma visão crítica e construtiva da política e do país. Queremos um país moderno com perspectivas de progresso. Vemos no PS, e sobretudo em José Sócrates, capacidade de mudança e modernização. Sem a tentação miserabilista da direita e as utopias irresponsáveis da extrema-esquerda.

Queremos, em suma, que o Partido Socialista ganhe as eleições de 27 de Setembro próximo, de preferência com maioria absoluta. Só ele pode contribuir decisivamente para que Portugal se mantenha na vanguarda política do século XXI.

 

in blog SIMPLEX

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 18:21
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Domingo, 19 de Julho de 2009

DONA ABASTANÇA

«A caridade é amor»
Proclama dona Abastança
Esposa do comendador
Senhor da alta finança.

Família necessitada
A boa senhora acode
Pouco a uns a outros nada
«Dar a todos não se pode.»

Já se deixa ver
Que não pode ser
Quem
O que tem
Dá a pedir vem.

O bem da bolsa lhes sai
E sai caro fazer o bem
Ela dá ele subtrai
Fazem como lhes convém
Ela aos pobres dá uns cobres
Ele incansável lá vai
Com o que tira a quem não tem
Fazendo mais e mais pobres.

Já se deixa ver
Que não pode ser
Dar
Sem ter
E ter sem tirar.

Todo o que milhões furtou
Sempre ao bem-fazer foi dado
Pouco custa a quem roubou
Dar pouco a quem foi roubado.

Oh engano sempre novo
De tão estranha caridade
Feita com dinheiro do povo
Ao povo desta cidade.

Manuel da Fonseca

 in "Poemas para Adriano"

publicado por Manuel M. Oliveira às 22:06
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O HORROR DE SER POBRE

Risco c'um traço
(Um traço fino, sem azedume)
Todos os que conheço, eu mesmo incluído.
Para todos estes não me verão
Nunca mais
Olhar com azedume.

O horror de ser pobre!
Muitos gabavam-se que aguentariam, mas era ver-
-lhes as caras alguns anos depois!
Cheiros de latrina e papéis de parede podres
Atiravam abaixo homens de peitaça larga como toiros.
As couves aguadas
Destroem planos que fazem forte um povo.
Sem água de banho, solidão e tabaco
Nada há que exigir.
O desprezo do público
Arruina o espinhaço.
O pobre
Nunca está sozinho. Estão todos sempre
A espreitar-lhe pra o quarto. Abrem-lhe buracos
No prato da comida. Não sabe pra onde há-de ir.
O céu é o seu tecto, e chove-lhe lá pra dentro.
A Terra enxota-o. O vento
Não o conhece. A noite faz dele um aleijado. O dia
Deixa-o nu. Nada é o dinheiro que se tem. Não salva ninguém.
Mas nada ajuda
Quem dinheiro não tem.

Bertold Brecht

in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'
Tradução de Paulo Quintela

publicado por Manuel M. Oliveira às 22:06
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OS SOCIALISTAS E AS ELEIÇÕES

 

 

 

Os elementos da Comissão Política Nacional do PS que foram eleitos com base na Moção Mudar para Mudar, congregados agora na corrente de opinião "Esquerda Socialista", subscreveram o documento político que abaixo se transcreve o qual já foi entregue ao Secretário-Geral do Partido Socialista.

 


ELABORAÇÃO DO PROGRAMA E DAS LISTAS PARA AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS


"A forte penalização sofrida pelo Partido Socialista nas eleições europeias fica a dever-se ao natural desgaste da governação e a evidentes erros cometidos, designadamente a subalternização do Partido e dos seus militantes. Situações que têm de ser corrigidas com vista a reunir as condições que garantam a vitória do PS nos próximos actos eleitorais.

Nesse sentido, serão decisivos os processos e critérios de elaboração do Programa e de constituição das Listas para as eleições legislativas.

O Programa para as próximas eleições legislativas constitui a Carta de Compromissos do PS com os portugueses. A sua elaboração deverá constituir a oportunidade para um processo de participação e mobilização, de debate e de contratualização com os socialistas e a sociedade civil para que as propostas e os compromissos sejam assumidos pela maioria dos eleitores.
As Novas Fronteiras constituem uma forma de participação da sociedade civil neste processo. Mas não podemos concordar, nem calar, o esquecimento e a subalternização a que estão votados os militantes e os órgãos estatutários do Partido.
Ao não convocar a reunião da Comissão Nacional para discutir as Moções Sectoriais apresentadas ao último Congresso, a Direcção do Partido está, por um lado, a cometer um grave incumprimento da deliberação do órgão máximo estatutário, a ostracizar militantes e a perder uma singular oportunidade de realizar um debate privilegiado sobre algumas questões programáticas essenciais contidas nas Moções Sectoriais.

Reafirmamos, assim, a necessidade de convocar, com urgência, essa reunião da Comissão Nacional.

Do mesmo modo, torna-se necessário chamar para a elaboração do programa destacados socialistas, alguns deles reconhecidos especialistas em áreas chave do desenvolvimento do país e que têm estado à margem do processo. O Programa do Partido Socialista às legislativas não pode ser marcado pelas opiniões de arautos do neo-liberalismo, alguns responsáveis por políticas e negócios ruinosos para o país, ao mesmo tempo que se aliena a participação de qualificados socialistas.

Na constituição das listas de candidatos à Assembleia da República devem ser emitidos sinais de profundas mudanças e renovação política. Para além das elevadas e influentes funções que desempenha para o país, a Assembleia da República funciona como espelho da classe política.

As eleições primárias são, comprovadamente, um sistema de qualificação dos candidatos e de valorização do debate e das opções políticas. Não sendo possível recorrer á às eleições primárias, transitoriamente, o método de elaboração das listas de deputados deve ser completamente novo, podendo ser avocado, se for necessário, pelos órgãos nacionais. Uma vez que não podemos ainda transmitir a estas listas o prestígio de um método democrático na sua elaboração, pelo menos tornemos ostensivo que elas procuram incluir o que de melhor temos no PS. Tornemos óbvia a mudança no critério de elaboração das listas, de modo a que fique claro que queremos um grupo parlamentar de excelência resultante de critérios radicalmente meritocráticos, distantes das lógicas de aparelho habituais.

Assim, as listas de candidatos a deputados devem reflectir, também, o pluralismo e a democracia internos do PS expressos no último Congresso e nos resultados para os Órgãos Nacionais.

Este caminho mostraria, objectivamente, ao eleitorado que o PS teria uma renovada disposição de efectiva qualificação da vida política, dando assim um contributo para a melhoria da qualidade da nossa democracia. Seguramente que esta mudança de prática política propiciará, também, favoráveis frutos eleitorais."


Os elementos da Comissão Política eleitos pela Moção “Mudar para Mudar”:

António Fonseca Ferreira

Maria Salomé Rafael

Rui Namorado

Edmundo Pedro

Artur Cortez

Manuela Neto

Filipe Batista


Lisboa, 15 de Julho de 2009


in   http://ograndezoo.blogspot.com/

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:44
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Quinta-feira, 16 de Julho de 2009

TODOS JUNTOS, É POSSÍVEL

publicado por Manuel M. Oliveira às 10:41
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TODA A GENTE A BORDO

"O PS quer um país moderno, tem essa ambição da mudança, da transformação, de andar para a frente e avançar. Mas queremos fazê-lo com toda a gente a bordo, não queremos deixar ninguém na beira da estrada, não queremos deixar ninguém para trás".

 

José Sócrates

2009/07/15

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 10:16
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Quarta-feira, 15 de Julho de 2009

MINHOCAS DE SACRISTIA

Depois da pesca à linha que culminou no passado dia 7 Junho, onde algum peixe graúdo se viu “enxotado” para os mares de Bruxelas (Comissões) e Estrasburgo (Plenários), pelos “tubarões” partidários que os não querem ver por perto, vai começar, agora, a disputa, entre peixe grado, mais ou menos influente nas estruturas de cada aparelho partidário.

 

É a “caldeirada” das legislativas, onde o peixe graúdo, que controla os partidos, faz acicatar os seus cardumes em conformidade com o tamanho e potencia das, respectivas, traineiras.

 

A raia miúda, embora contando, à mistura, aqui e ali, com alguns tigres marinhos, e muitos caciques locais, com mais ou menos peso urbanístico e na distribuição dos cobres, espalhados através de projectos urbanísticos e desordenamento do território, disputará uns jobs de “entretenimento” que não vão além de minhocas de sacristia.

 

Assim, as autarquias mais ricas e de maior influência politica, quer no local como a nível nacional, terão a sorte(?) de lhes calhar uma qualquer figura grada do panorama politico nacional. As autarquias pobres, isoladas e do interior do país, contarão com um qualquer caciquezito arrebanhador do máximo de peixe miúdo que possa e, naturalmente, que tenha o apoio dos mais fortes empreiteiros ou empresários a trabalhar para o município da zona.

 

As freguesias, esses parentes pobres do sistema político português e da gestão(?) autárquica, ficam ao cuidado dos boys da última linha na hierarquia que, muitos deles, com a barriga empertigada e julgando-se detentores de grandes poderes, decidirão das migalhas perdidas pelo chão, da “nossa” democracia. Nem se dão conta que os partidos lhes acenam com metodologias de trabalho diferentes das que as estruturas intermédias (concelhias e federações distritais) aplicam nas escolhas de candidatos e na formação de equipas a concorrer às respectivas eleições, de forma a garantir uma mínima estabilidade e governança caso venham a ganhar. Depois das eleições, muitos, nem aparecem, nas respectivas assembleias de freguesia, para respeitar o mandato que os eleitores, por engano, lhes atribuíram.

 

Ao nível das freguesias, parece que, o mais importante é fazerem-se listas de nomes nas quais se encaixem primos e primas, pais e filhos, amigos e amigas, namorados e namoradas, carregadores de bandeiras, comedores de jantares e frequentadores de comícios, depois se verá conforme os resultados eleitorais. O governo local é de somenos, não tem importância, até porque o povo continua distraído e não exerce os seus direitos/deveres de cidadania activa e permanente. Os militantes são chamados a participar em plebiscitos, já previamente decididos, que ofendem a democracia e sem qualquer efeito prático.

 

Tudo isto é capaz de mudar, quando o povo disser basta!

 

Zé Pessoa

 

in blog Luminária

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:43
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Talvez não sejamos muitos e muitas…

… mas existimos. Somos as pessoas que, no espectro político-partidário, tal como ele se apresenta (e não o que idealizaríamos), se colocam entre o PS e o Bloco. Não gostamos do PS-centrão, com políticas neo-liberais no trabalho e na economia, e com um séquito de pessoas predispostas ao tráfico de influências. Gostamos do PS quando se apresenta do lado da igualdade, da liberdade, da modernidade. Não gostamos do Bloco quando descai para a demagogia, quando arrebanha as pulsões populistas, ou quando aposta no “correr por fora” desresponsabilizando-se do governo da coisa pública. Gostamos do Bloco quando se apresenta … do lado da igualdade, da liberdade, da modernidade. Alguns e algumas de nós circulam em espaços criados para suprir esse ponto intermédio: em torno de Alegre, em torno de Roseta. Não é o meu caso. Porque acho que sem máquina e sem diversidade de composição social não há transformação política. Mas estejamos lá ou não, estejamos no PS ou não, estejamos no Bloco ou não, partilhamos uma série de preocupações: sentimos que o sistema político português está prisioneiro de uma lógica de grande centro que cedeu demasiado ao neo-liberalismo e que um sintoma disso são as ligações ao poder económico e o tráfico de influências; cortámos há muito com a esquerda revolucionária, mas recusámos a terceira via, acreditando que é possível uma social-democracia que aposte no papel do estado e dos serviços públicos na garantia de igualdade de oportunidades no quadro de uma economia de mercado regulada e com espaço e incentivo para formas de economia solidária e cooperativa; defendemos acima de tudo a liberdade, e esta mede-se na capacidade de garantir opções e escolhas, diversidade, reconhecimento e direitos. Somos pela escolha na interrupção voluntária da gravidez, somos pela diversidade cultural no país e pelo acolhimento dos imigrantes, somos pela plena igualdade no acesso ao casamento civil por parte de casais do mesmo sexo, somos pela despenalização do consumo de drogas, pela laicidade o estado e pela liberdade religiosa, pela efectiva igualdade de género; somos reformistas, no sentido em que queremos transformações concretas na segurança social, na saúde, na justiça, na educação que, com base na valorização dos serviços públicos e na dignificação dos profissionais, melhorem as chances de boa vida para o maior número possível de pessoas, no tempo da sua vida, sem fazer a mudança depender do agudizar de contradições que possam levar, num futuro distante, a uma sociedade perfeita – em que não acreditamos. Não desejamos que as coisas estejam mal para podermos justificar as lutas, desejamos que elas melhorem mesmo e quanto mais cedo melhor; somos pela inovação, pelo conhecimento, pela capacidade inventiva e criadora, pela sustentabilidade energética, pela ecologia – e achamos que estas áreas oferecem o melhor potencial para o futuro económico do país, ao mesmo tempo promovendo o conhecimento, gerador de liberdade; somos por um país que mede o seu valor pelo que faz agora pelos seus cidadãos e pelas suas cidadãs, nascidos ou não aqui, falantes ou não de português, e não pelos mitos do passado, recusando o medo, o atavismo e a violência simbólica das nostalgias do salazarismo ou das utopias revolucionárias. Somos por uma União Europeia assente numa verdadeira representação democrática dos seus cidadãos, com uma verdadeira Constituição e com políticas que ajudem os países mais pobres a aproximarem-se da média comunitária. Somos pela dignificação do sistema político, trazendo para ele novas pessoas, abrindo espaços e diversidades de opiniões, exigindo accountability, e não somos pelo corte definitivo entre a cidadania e a representação ou por alternativas caudilhistas, presidencialistas ou que se deixem seduzir por suspensões da democracia. Em finais de Setembro vamos ter de decidir em quem votamos. Sabemos que não votamos num PSD cuja líder simboliza praticamente tudo o que de negativo foi aqui elencado – uma política que aposta na negatividade e apela aos piores instintos de receio, fechamento, e honrada pobreza. E muitos e muitas de nós estamos tentad@s a votar à esquerda do PS para punir políticas concretas – laborais ou educativas, nomeadamente. Mas mais do que esses argumentos, racionais, espanta-me a onda emotiva que se instalou, para lá das queixas justas, através da repugnância em relação à figura de Sócrates, pintada com as cores da arrogância e do autoritarismo. Ela assenta, a meu ver, num equívoco de percepção: a ideia de que um líder de esquerda deveria ser ou uma figura de bonomia (Alegre?) ou de inflamação revolucionária (Louçã?) – mas nunca uma figura que governa no seu estilo próprio e sem obedecer a um guião estético ou a um folclore de referências específico. Nesse sentido, Sócrates não “bate certo” com o guião cultural português (daí as acusações, como as de autoritarismo e arrogância, que não conseguem, a meu ver, acertar no alvo). Neste momento de crise (que obriga o PS a pensar os erros da deriva neo-liberal da terceira via e do centrão), de desgaste do governo, de acumulação de asneiras por muitos ministros; neste momento de criação de um clima de “derrota” (estabelecida pelos mecanismos retóricos e publicitários de uma comunicação social que em Portugal, ao contrário do resto da Europa, é estruturalmente conservadora); neste momento em que o PS pode (e deve) ver-se obrigado a pensar à esquerda e a pensar em diálogos com muitos cidadãos e cidadãs das várias esquerdas, é o momento de escolher por onde passa a linha divisória entre esquerda e direita. Pessoalmente não acredito que ela passe entre o PS e o Bloco. Acredito que ela passa entre o PSD e o PS. Não quero o regresso do PSD, muito menos do PSD personificado por Manuela Ferreira Leite ou Santana Lopes. Não concordo com várias das políticas deste governo PS que agora termina. Não vi, ainda, o Bloco sair da lógica do “quanto mais dificuldades e tensões sociais melhor”, que o leva a apostar mais no “correr por fora” do que a valorizar as ideias e modos de uma das suas correntes fundadores (a que pertenci), a Política XXI. Mas vejo pela primeira vez, no PS e sobretudo em Sócrates, sinais de um projecto de modernização para o país que se diferencia quer da tentação miserabilista da maior parte da direita, quer da tentação revolucionária da maior parte da esquerda. Justamente num dos piores momentos por que aquele partido passa, e sem qualquer intenção de aderir de novo, enquanto filiado, a um partido, votarei pela primeira vez na vida no PS.

 

 

Miguel Vale de Almeida

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:22
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Domingo, 12 de Julho de 2009

Valentim Loureiro imune a processos por causa das eleições

Candidatura para um novo mandato à Câmara Municipal de Gondomar suspende processos judicias contra "Major" e o "vice" José Luís Oliveira.

 

Os casos "Quinta do Ambrósio", "Complexo desportivo de Rio Tinto", "Quinta de Melres" e "tesouraria da Câmara da Gondomar", que envolvem principalmente o major e os seus vereadores terão de ficar parados e não poderão seguir para julgamento até, pelo menos, 11 de Outubro, data em que realizam as eleições autárquicas.

 

A imunidade dos candidatos prevê que "indiciados estes definitivamente por despacho de pronúncia ou equivalente, o processo só pode prosseguir após a proclamação dos resultados das eleições". Além disso, após a apresentação das candidaturas, nenhum pode ser sujeito a prisão preventiva, a não ser em caso de flagrante delito, por crime punível com mais de três anos de prisão.

 

Candidatura até Agosto

 

No caso de Valentim Loureiro e restantes elementos, a candidatura será apresentada por um grupo de cidadãos até, no máximo, 55 dias antes do acto eleitoral - ou seja, até meados de Agosto. Terá de ser um juiz da área cível do Tribunal de Gondomar a receber a candidatura.

 

O juiz de instrução criminal de Gondomar titular dos processos em que são arguidos Valentim Loureiro e o seu "vice" na Câmara de Gondomar, José Luís Oliveira, marcou diligências para 8 de Setembro, nomeadamente o debate instrutório do caso da "Quinta de Melres" e da "tesouraria da autarquia". Não há, por outro lado, ideia de qual será a data de conclusão dos casos "Quinta do Ambrósio" e "complexo de Rio Tinto".

 

Só que é duvidoso que, até às eleições, o magistrado encarregue do casos, Pedro Miguel Vieira venha a proferir a decisão de mandar, ou não, os suspeitos para julgamento. Mas, mesmo que o faça, os processos terão de ficar parados, por força da lei eleitoral autárquica.

 

O JN sabe que, no próximo mês de Setembro, este juiz vai ser transferido de Gondomar para a área de instrução criminal que abrange Vila do Conde e Barcelos. Mas, apesar disso, o Conselho Superior da Magistratura ordenou que Pedro Vieira continue com os processos em mãos, em regime de acumulação, até à decisão final.

 

O mesmo regime de suspensão de processos-crime beneficiará Valentim Loureiro e José Luís Oliveira mesmo em relação ao principal caso do Apito Dourado, de que resultaram condenações - três anos e dois meses de prisão, suspensos, para Valentim, e dois anos e dois meses, também suspensos, para Oliveira - que estão sob recurso no Tribunal da Relação do Porto. Significa isto que, durante o período de campanha eleitoral, não pode haver qualquer decisão por parte daquele tribunal superior.

 

Recorde-se que o major pretende, acima de tudo, anular a sanção de perda de mandato que lhe foi decretada pelo Tribunal de Gondomar. Na visão de Valentim, a medida não terá eficácia se a decisão final do processo for conhecida num eventual mandato futuro. Mas os procuradores do Ministério Público junto da Relação do Porto já argumentaram, no processo, que o autarca deve ser destituído desde que seja titular de qualquer cargo político.

 

in JN , 2009/07/12

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 16:52
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"É urgente acordar o PS"

Em nenhum outro país europeu a esquerda é eleitoralmente tão forte como em Portugal. Mas essa força não serve para grande coisa. Sobretudo não serve para governar, seja em coligação seja através de acordos pontuais. Em caso de maioria relativa do maior partido da esquerda, a governabilidade só é garantida à direita, quer através do bloco central quer com o apoio do CDS. Nem o PCP e o BE estão disponíveis nem o PS quer governar com qualquer deles. As nossas esquerdas parecem ter como desígnio principal excluírem-se umas às outras. É uma das originalidades portuguesas.
Depois da queda do muro de Berlim, os partidos comunistas quase se evaporaram. Com a honrosa excepção do PCP, não só pelo seu papel na luta antifascista, mas também devido ao facto de Álvaro Cunhal ter preservado a ideologia tradicional do partido, fixando assim o núcleo essencial do seu eleitorado.

Esperava-se então que fosse a hora do socialismo democrático. Mas o que veio foi a globalização neoliberal. Com os socialistas na defensiva ou ideologicamente colonizados. Essa é talvez a razão pela qual a nova crise global do capitalismo financeiro beneficiou a direita e não a esquerda. Parafraseando Saramago, para quê votar à esquerda se não há esquerda? Como projecto de governo, não há. Se não mudar, o socialismo europeu corre o risco de ter um destino semelhante ao do movimento comunista. Se a esquerda de poder imita o poder da direita e as outras continuam a sonhar com os amanhãs que já não cantam, se, no seu conjunto, a esquerda deixa de representar um horizonte visível de esperança, os eleitores viram-se para outro lado e para a ilusão da segurança que, em época de crise, a direita oferece. Pelo menos a direita sabe o quer: quer poder. E não tem os pruridos da esquerda, une-se para o conquistar.

As próximas eleições serão marcadas por uma ofensiva ideológica da direita. O que está em causa é o consenso constitucional aprovado por larga maioria, incluindo o PSD, sobre os direitos sociais (escola pública, universalidade do acesso à saúde, segurança social pública). A líder do PSD anuncia o fim de um ciclo e de uma concepção da democracia em que direitos políticos e direitos sociais eram considerados inseparáveis. Com o absurdo de o PSD partir para as eleições com a bandeira da ideologia que está na origem da actual crise mundial. Sabem-se os objectivos: papel do Estado, protecção social, direito do trabalho.
Os resultados desta receita estão à vista em toda a parte: desregulação do mercado entregue a si mesmo, busca sem freio do lucro pelo lucro com total indiferença pelos custos sociais, ausência de ética e transparência. Na hora do colapso do neoliberalismo, MFL faz o discurso ultraliberal do Estado mínimo. À força de tanto querer rasgar, acabará por rasgar o horizonte social do 25 de Abril, consagrado na Constituição.
E por isso impunha-se um sobressalto. Seria preciso que os socialistas acordassem do seu torpor e que dentro do PS se ouvissem vozes a exigir uma mudança. Não só de estilo, mas de pessoas e de políticas. Na educação, no trabalho (cujo Código é imperioso rever), na Justiça, na função pública, na relação com os sindicatos, na afirmação do primado da política e na urgência de libertar o Estado de interesses que o condicionam. Seria preciso que o PS fosse capaz de se reencontrar consigo mesmo, com os seus valores e com o seu eleitorado. E que as outras forças de esquerda, sem abdicarem das suas posições próprias, definissem com clareza o adversário principal e se interrogassem sobre as consequências de um eventual governo de MFL. Se a direita governar, o povo da esquerda será o principal perdedor, independentemente da votação nos partidos que dele se reclamam.

Dir-me-ão que a maioria PS não governou à esquerda. Eu gostaria que tivesse governado de outra maneira. Mas também sei que uma maioria de direita jamais deixaria passar o referendo sobre a IVG e a lei do divórcio. Sei que com um governo de MFL o SNS será praticamente desmantelado e o papel do Estado, como ela já afirmou, "reduzido ao mínimo indispensável".

Como socialista, não me compete dizer ao PCP e ao BE o que devem fazer. Gostaria que uma maioria de esquerda fosse capaz de gerar soluções políticas alternativas. Mas não tenho ilusões. Tal só será possível com uma ruptura de cada uma das esquerdas consigo mesma. O que está longe de acontecer.

Aos socialistas digo que ainda há tempo. Ainda é possível vencer o PSD. Mas não será com certeza ouvindo opiniões à direita e esquecendo a sua própria esquerda. Nas europeias, não foi o PSD que teve um aumento significativo de votação, foi o PS que perdeu grande parte da sua base social, a ponto de, pela primeira vez, ter ficado aquém de um milhão de votos. Várias vezes falei de um buraco negro na esquerda. A soma da abstenção com os resultados do BE e do PCP mostram que esse buraco se situa na área do PS. Não é crível que personalidades de direita consigam recuperar para o PS o eleitorado que este perdeu para a abstenção e para a esquerda. Os socialistas não podem ter um discurso emprestado. Não se combate o liberalismo ultra com o liberalismo suave. Nem se vence o PSD com ex-ideólogos do PSD. Ainda é possível dar a volta. Mas algo tem de acontecer. Apesar dos erros, a bandeira do PS não está no chão. Mais política e menos marketing. Mais socialistas e menos figurantes. Um pouco mais de esquerda. Ou, como diria Mário Cesariny, "um acordar".
Para que um dia destes não estejamos a perguntar-nos como é que se perdeu mais uma oportunidade e como é que um país maioritariamente de esquerda pode acabar uma vez mais a ser governado pela direita.

 

Manuel Alegre

in Expresso, 2009/07/11

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 16:47
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Quinta-feira, 9 de Julho de 2009

INAUGURAÇÃO SEDE DE CAMPANHA

 

SÁBADO, 11/JULHO – 11h

RUA DOS COMBATENTES DA GRANDE GUERRA, 203

(à Câmara M. Gondomar)

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 10:06
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Quarta-feira, 8 de Julho de 2009

DESFILE DE MODA CONTRA O CANCRO

 

 

A Assembleia da República promove, amanhã, dia 9 de Julho, às 21h30, a iniciativa "O Poder da Moda – Contra o Cancro". Trata-se de uma acção que conta com a parceria do Alto Comissariado da Saúde/Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas e que terá lugar no átrio exterior do Palácio de São Bento, em Lisboa.

 

A iniciativa, dedicada a todas as portuguesas que têm ou tiveram cancro, tem como objectivo criar acessórios de cabeça concebidos para estas mulheres – em particular para aquelas cujos tratamentos impliquem queda de cabelo –, mas que podem ser usados por todas as mulheres, enquanto acessórios de moda, símbolos de uma luta e gesto de solidariedade.

 

Neste contexto, a Assembleia da República lançou um desafio à indústria da moda e decidiu convidar dez conceituados criadores de moda portugueses para criarem um conjunto de acessórios de cabeça que, para além da utilidade e conforto que trarão às mulheres vítimas desta doença, venham a ficar disponíveis para aquisição nos circuitos habituais da moda e da área da saúde.

 

A apresentação pública destes acessórios de cabeça será feita num desfile de moda, organizado pela Associação ModaLisboa.

 

O projecto, cuja proposta partiu da Comissão Parlamentar de Saúde, tem o alto patrocínio da Assembleia da República e tem como parceiros o Alto Comissariado da Saúde, a Associação ModaLisboa, o Portugal Fashion e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

 

Foram igualmente envolvidas organizações não-governamentais ligadas à causa do cancro da mama, nomeadamente a Associação Laço, a Europa Donna – Portugal e o Movimento Vencer e Viver.

 

O compromisso de criação e comercialização dos acessórios de cabeça será objecto de um protocolo a ser assinado entre o Alto Comissariado da Saúde, Associação ModaLisboa e o Portugal Fashion, antes do início do desfile.

 

Nesta ocasião, será também lançada uma primeira edição limitada de um lenço, símbolo da acção contra o cancro.

 

Programa:

21h30
Abertura - Presidente da Assembleia da República

Assinatura do protocolo entre o Alto Comissariado da Saúde, a Associação ModaLisboa e o Portugal Fashion.

 

 

Desfile

 

Fátima Lopes
Convidada: Dália Madruga

Storytailors
Convidada: Inês Castel-Branco

Rita Bonaparte

Convidada: Teresa Nunes

Júlio Torcato

Convidada: Astrid Werdnig

Filipe Faísca

Convidada: Sofia Aparício

Nuno Baltazar

Convidadas: Lúcia Moniz e Cristiane Vasconcelos

Katty Xiomara

Convidada: Catarina Wallenstein

Ana Salazar

Convidada: Xana Nunes

Manuel Alves/J. M. Gonçalves

Convidadas: Maria João Bastos e Joana de Sousa Cardoso

J. A. Tenente

Convidada: Beatriz Batarda

 


Cocktail - Claustro

 

Para saber mais, consulte:

Alto Comissariado da Saúde - http://www.acs.min-saude.pt/

 

 

in Portal da Saúde

 

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:35
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A VERDADE

A verdade é semelhante a uma adolescente
vibrante, flexível, em radiosa sombra.
Quando fala é a noite translúcida no mar
e a esfera germinal e os anéis da água.
Um apelo suave obstinado se adivinha.

Ela dorme tão perfeitamente despertada
que em si a verdade é o vazio. Ela aspira
à cegueira, ao eclipse, à travessia
dos espelhos até ao último astro. Ela sabe
que o muro está em si. Ela é a sede

e o sopro, a falha e a sombra fascinante.
Ela funda uma arquitectura volante
em suspensas superfícies ondulantes.
Ela é a que solicita e separa, delimita
e dissemina as sílabas solidárias.


António Ramos Rosa

 in "Volante Verde"

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:06
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ODE À MENTIRA


Crueldades, prisões, perseguições, injustiças,
como sereis cruéis, como sereis injustas?
Quem torturais, quem perseguis,
quem esmagais vilmente em ferros que inventais,
apenas sendo vosso gemeria as dores
que ansiosamente ao vosso medo lembram
e ao vosso coração cardíaco constrangem.
Quem de vós morre, quem de por vós a vida
lhe vai sendo sugada a cada canto
dos gestos e palavras, nas esquinas
das ruas e dos montes e dos mares
da terra que marcais, matriculais, comprais,
vendeis, hipotecais, regais a sangue,
esses e os outros, que, de olhar à escuta
e de sorriso amargurado à beira de saber-vos,
vos contemplam como coisas óbvias,
fatais a vós que não a quem matais,
esses e os outros todos... - como sereis cruéis,
como sereis injustas, como sereis tão falsas?
Ferocidade, falsidade, injúria
são tudo quanto tendes, porque ainda é nosso
o coração que apavorado em vós soluça
a raiva ansiosa de esmagar as pedras
dessa encosta abrupta que desceis.
Ao fundo, a vida vos espera. Descereis ao fundo.
Hoje, amanhã, há séculos, daqui a séculos?
Descereis, descereis sempre, descereis.

Jorge de Sena

 in 'Pedra Filosofal'

publicado por Manuel M. Oliveira às 21:04
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