O título da notícia da Lusa é esclarecedor: "Alemanha e França querem que Portugal aceite ajuda financeira". A notícia veio ontem na revista "Der Spiegel" (alemã) e fora já antes divulgada pela France Presse (francesa). E, se a Alemanha e a França "querem", ninguém duvide de que, como aconteceu na Irlanda, os feitores que administram esta sua quinta à beira-mar plantada cumprirão.
Entretanto, o primeiro-ministro "desvaloriza" e o presidente da República "desconhece". Este, num repente de dignidade nacional (que diabo!, estamos em período eleitoral), estranha que a notícia tenha surgido sem o caso ter sido discutido no "palco próprio" que, segundo a presidencial opinião, será, não o país, mas as... "instâncias comunitárias".
Ou seja, Alemanha e França já decidiram que seremos governados pelo FMI e aqueles que elegemos para nos governarem ainda não sabem de nada. Nem eles nem (pois o marido é sempre o último a saber) o país, a quem será cobrada a factura.
A tragicomédia tem ainda um terceiro protagonista, o líder do PSD que, na excitante perspectiva de vir aí um tutor, quer eleições, convicto de que ele próprio será seu melhor e mais cumpridor lugar-tenente do que o actual primeiro-ministro.
Gerada nas cinzas convulsas da humilhação do Ultimato Inglês, é a vez de a medíocre República que hoje temos se agachar, também ela sem o mais leve assomo, já não digo de orgulho, mas de soberania.
Manuel António Pina
in JN
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