1. O exacerbar dos ritmos das pequenas mudanças, da evolução dos detalhes, é cada vez mais necessário para ocultar o facto de que nada se move no que diz respeito ao tipo de sociedade: a injustiça estrutural e a desigualdade permanecem.
Anda-se com uma velocidade cada vez maior num espaço apertado de que não se quer sair.
Pode haver receitas de acção imediata que garantam uma sobrevivência um pouco maior, trajectos um pouco menos penosos, mas se não sairmos do compartimento fechado, de onde nos querem fazer crer que é impossível sair, encontraremos mais à frente, quiçá com um rosto mais carregado, os problemas que agora julgamos resolver.
2. Esquecer a dimensão económica dos problemas que a sociedade atravessa é sintoma de irrealismo. Reduzi-los a essa dimensão é pura cegueira.
3. Passado o furacão, que se receava ter sido mais devastador do que aquilo que realmente foi, mas ainda dentro da tempestade em que ele se transformou, é estranho que tão rapidamente tenham voltado à luz do dia as ideias, os modos de pensar, as propostas, as previsões, as doutas alegações que reinavam antes do furacão. Que reinavam e tão cegamente o chamaram, tanto contribuíram para o desencadear, tão pouco foram capazes de o prever.
Se os adoradores do mercado fossem tão rigorosos para com essas ideias, como os investidores parecem ser para com os necessitados dos seus capitais, seguramente, que todas essas ideias e alegações, se pudessem ser cotadas em bolsa, não valeriam um único cêntimo.
4. Milhões de trabalhadores europeus têm saído à rua transbordantes de revolta e angústia, insurgindo-se contra o garrote que cada vez mais os aperta. Os dias de muitos são cada vez mais cinzentos. A injustiça que os cerca é cada vez mais insuportável.
Por que parece fraca a sua força ? Talvez por não terem ainda sido capazes de dizer em uníssono: se nos excluem desta sociedade como se ela não fosse nossa, vamos ter que lutar por uma que o seja.
Rui Namorado
in O grande Zoo
A INVENÇÃO DO AMOR
Em todas as esquinas da cidade
nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas janelas dos autocarros
mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes
na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém
no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga
um cartaz denuncia o nosso amor
Em letras enormes do tamanho
do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
e inventaram o amor com carácter de urgência
deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana
Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração
e fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio A descoberta A estranheza
de um sorriso natural e inesperado
Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
Embora subterrâneamente unidos pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo
Um homem uma mulher um cartaz de denúncia
colado em todas as esquinas da cidade
A rádio já falou A TV denúncia
iminente a captura A policia de costumes avisada
procura as dois amantes nos becos e avenidas
Onde houver uma flor rubra e essencial
é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta
fechada para o mundo
É preciso encontrá-los antes que seja tarde
Antes que o exemplo frutifique
Antes que a invenção do amor se processe em cadeia
…
Importa descobri-los onde quer que se escondam
antes que seja demasiado tarde
e o amor como um rio inunde as alamedas
praças becos calçadas quebrando nas esquinas
…
( Mas um grito de esperança inconsequente vem
do fundo da noite envolver a cidade
au bout du chagrin une fenêtre ouverte
une fenêtre eclairée )
DANIEL FILIPE
Poema dito por João Manuel Alves
Música de Pedro Abrunhosa – “Lua”
Na Câmara de Gondomar, existem "ordens superiores" para privilegiar no tratamento o empreiteiro Gaspar Ferreira. A denúncia é de uma funcionária da tesouraria do Urbanismo que diz ter sido obrigada a falsificar um documento para beneficiar aquele empresário.
O construtor civil, estabelecido no Marco de Canaveses mas com obras em autarquias de várias zonas do país, é conhecido por estar ligado à edificação de empreendimentos de habitação social e, também, por ter construído a sede da Liga de Clubes de futebol, no Porto. Em Gondomar, foi também o responsável pela construção de milhares de apartamentos que vieram a ser adquiridos pela Câmara.
Gaspar Ferreira começou ontem a ser julgado no Tribunal de Gondomar, sob acusação de falsificação de documento, a par de uma funcionária da tesouraria da Câmara, Rosa Maria Marques.
Em causa está uma presumível adulteração de documentos relacionados com a data do pagamento de 53 mil euros por taxa de licença de construção. Tudo tem a ver com a publicação, a 18 de Julho de 2003, de um decreto-lei que determinou a possibilidade de as autarquias locais adquirirem por ajuste directo - sem concurso público e sem fiscalização do Tribunal de Contas - apartamentos de habitação social se os respectivos projectos tivessem dado entrada até àquela data.
No caso concreto, o projecto da empresa de Gaspar Ferreira deu entrada na Câmara a 18 de Julho de 2003, foi aprovado por Valentim no mesmo dia e teve imediata emissão de licença de construção.
Valentim Loureiro explicou ontem ter sido aquele o dia em que o projecto lhe “foi apresentado” pelo director da secção de obras particulares, Manuel Carneiro. Mas, a par do próprio Gaspar Ferreira, alertou a juíza que o projecto estava “a ser trabalhado desde há dois anos”.
Além disso, o major disse que, em 2001, a própria autarquia, mediante proposta de Jorge Costa, então vereador e mais tarde secretário de Estado das Obras Públicas do Governo PSD, Gaspar Ferreira iria ficar isento de taxas.
“Tudo o que viesse da Efimóveis era sempre a correr. Tinha sempre preferência. Foi a secretária do presidente, Ana Paula Tavares, que transmitiu as ordens”, confessou Rosa Maria Marques.
Na denúncia dos indícios de favorecimento foi acompanhada por outro funcionário, Orlando Alves, que revelou terem sido, na altura, reconstituídos os documentos da contabilidade, pela necessidade de documentar, ficticiamente, a entrada do cheque a 18 de Julho, quando na realidade terá entrado 10 dias mais tarde. “Eles é que mandam e a gente obedece”, sintetizou o funcionário, referindo-se a Gaspar como o “empreiteiro do regime”. “Eles” serão o major e o vice, José Luís Oliveira.
“Nunca dei ordens ilegais!”, defendeu-se o autarca, enervado. A juíza e o procurador do Ministério Público ouviram atentamente. O julgamento prossegue hoje.
JN – 2010/09/23
Nuno Miguel Maia
Tenho andado muito ocupada pelo que nos últimos tempos apenas apanho as notícias de raspão. No entanto, como são centradas em alvos específicos é fácil apanhar os motes em voga: Queiroz/Mourinho/Paulo Bento; Benfica/erros de arbitragem; FMI/execução orçamental/ aumento da despesa pública. Foquemo-nos nesta última porque as outras são romances com final datado.
Grandes títulos nos jornais, análises na televisão, informações alarmistas na rádio, levam-nos a pensar que isto vai cair tudo nas mãos tenebrosas do FMI, que o país está numa vertiginosa derrapagem e que a oposição, leia-se o PSD, não quer eleições e até gostava de segurar o Governo mas assim não há condições. Alarmada, resolvo perder um pouco de tempo para tentar perceber o que tinha acontecido entretanto desde a última vez em que eu me considerava mais ou menos informada. Tentei perceber porque de repente toda a gente falava do FMI e da sua inevitável intervenção em Portugal. Tentei ainda averiguar que especialistas proclamavam essa análise. Busquei saber que números tinham surgido para sustentar tais pontos de vista. Procurei essa informação, mas com alguma dificuldade porque a comunicação social está inundada de análises, mas os factos são escassos.
Conclusões que retirei em síntese:
- Os especialistas que têm sustentado na comunicação social, com mais alarmismo, a tese da intervenção eminente do FMI são Medina Carreira, Eduardo Catroga, Ernâni Lopes, António de Sousa e Miguel Beleza;
- O défice do subsector Estado aumentou entre Janeiro e Agosto de 2010 em 445 milhões, face a igual período de 2009, sendo que este aumento está abaixo do previsto no OE 2010, com a revisão decorrente do PECII;
- A receita aumentou naquele período 1,8 %, correspondentes a 22,72 milhões de euros;
- A segurança social registou em Agosto um excedente de 661 milhões de euros, mais 32 milhões do que em 2009;
- O FMI questionado sobre uma eventual intervenção em Portugal garantiu que não está a preparar qualquer intervenção no nosso país e elogia o esforço do Governo no controlo do défice e avança que acredita que será feito o necessário para garantir a redução do défice para menos de 3% do PIB em 2013.
Face a tudo isto questiono-me: a quem interessa a instabilidade gerada? É que essa sim é verdadeiramente grave porque em nada ajuda o grande problema que o país enfrenta actualmente: a especulação sobre a dívida portuguesa, que leva a que a taxa de juro cobrada pelos investidores estrangeiros tenha subido perigosamente situando-se agora em 6,390%, quando em Agosto tinha descido para 5,011%.
Com tudo isto continuo intranquila. Não porque a despesa pública esteja descontrolada como nos querem convencer, nem tão pouco pela anunciada intervenção do FMI, mas sim porque os partidos que não ganharam as eleições, (sim, porque se a memória não me falha tivemos eleições muito recentemente) fazem uma oposição pouco responsável, em alguns casos notoriamente alarmista e teatral, falo concretamente do PSD, não do partido como um todo mas directamente de Passos Coelho e assessores, quando o país precisa, e muito, do grande valor do novo seleccionador nacional de futebol: tranquilidade.
in blog INCURSÕES
José Luís Carneiro formalizou a sua candidatura à presidência da Federação Distrital do Porto do Partido Socialista com a entrega da Moção de Estratégia – “Por um Porto de Esperança”, subscrita por cerca de 2.200 militantes.
click aqui para consultar
A dinâmica que esta candidatura tem vindo, dia a dia, a catapultar irá concerteza transformar o panorama político na nossa região, e teremos um Partido Socialista de vitórias.
Reafirmo o que já escrevi aqui José Luís Carneiro será um bom líder para o PS/Porto, rejuvenescendo as estruturas e qualificando a intervenção do partido no distrito e na região.
Também reafirmo o que já escrevi aqui sobre as razões do meu apoio a José Luís Carneiro:
- Porque acredito que o camarada José Luís Carneiro é um socialista por extenso,
- Porque acredito que o camarada José Luís Carneiro é capaz de mobilizar todos os socialistas,
- Porque acredito que o camarada José Luís Carneiro é capaz de devolver à Federação Distrital do Porto o protagonismo a que tem direito no seio do Partido Socialista,
- Porque acredito que o camarada José Luís Carneiro é capaz de liderar um projecto em defesa da Região Norte,
-Porque acredito que o camarada José Luís Carneiro é capaz de coordenar uma equipa para obter grandes vitórias nos combates políticos que se avizinham,
eu apoio a candidatura do camarada José Luís Carneiro.
Manuel M. Oliveira
Militante nº 48484
Membro da Corrente de Opinião Esquerda Socialista
Membro da Comissão Nacional do Partido Socialista
Caro Mário Crespo,
O seu programa ‘Plano inclinado’ / SIC Notícias ofende o direito dos cidadãos portugueses a uma informação plural e rigorosa. De facto, os economistas ‘residentes’ no seu programa representam apenas um segmento de opinião. Mais ainda, os pressupostos teóricos e políticos em que se baseiam mas que nunca explicitam, envolvidos em juízos de valor sobre o que entendem dever ser a política económica do País, constituem pura ideologia neoliberal. Para o caso de não saber o que é o neoliberalismo, recomendo-lhe uma pesquisa neste blogue.
Não fui ler o contrato de adjudicação à SIC de um bem público (o “sinal”) que lhe permite fazer negócio com a informação que transmite, mas de uma coisa estou certo: o seu programa é pura propaganda ideológica que manipula a mente dos cidadãos e os faz aceitar como inevitável uma próxima intervenção do FMI em Portugal. Como é óbvio, os grupos económicos abrigados da concorrência, com os bancos à cabeça, estão-lhe gratos pelo serviço prestado: um serviço de propaganda neoliberal que manipula a opinião pública usando um bem público.
Mário Crespo, a situação do País é realmente grave mas os cidadãos portugueses têm direito ao debate de ideias alternativas para poderem fazer escolhas políticas informadas. Têm direito a outras análises que não tratem a economia de um país como se fosse uma “economia doméstica”. Se um professor universitário utilizasse esse tipo de metáfora para ilustrar as matérias de Introdução à Economia (ou de Macroeconomia) numa licenciatura de uma universidade credível teria de ser severamente repreendido pelo Conselho Científico da faculdade/departamento. Se o fizesse numa reunião científica internacional provocaria uma gargalhada da audiência.
Como é natural, o Mário Crespo não sabe que, na situação de estagnação em que estamos após uma gravíssima recessão global, a redução em larga escala da despesa pública nunca irá melhorar o saldo do Orçamento nem reduzirá a Dívida pública. Pelo contrário, fatalmente agrava-os. Não lhe vou explicar aqui este mecanismo. Apenas lhe peço que repare nos casos da Irlanda, Grécia e Hungria após a aplicação das chamadas “medidas de austeridade”. Afinal não foi suficiente! Vão ter de fazer ainda mais cortes na despesa pública. Que vão gerar decréscimo do Produto e, por isso, menos impostos e mais despesa em subsídios de desemprego. Já estão lançados numa espiral de desastre empurrados pela economia política dos anos trinta do século passado que hoje domina a Alemanha e outros países europeus, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu, a OCDE e o FMI.
Mas, como jornalista de um programa de economia, o Mário Crespo tem obrigação de acompanhar o que Paul De Grauwe ou Robert Skidelsky têm escrito. Pelo menos deveria ler as colunas de opinião do Financial Times e The Guardian. Se o fizer, ficará a saber que a economia é uma ciência plural e que há argumentos que pulverizam a retórica de “donas de casa” com que Medina Carreira e João Duque ‘fazem a cabeça’ de muitos portugueses … incluindo a sua.
Caro Mário Crespo, é tempo de dizer basta. Se não quer fazer um programa em que o pluralismo de análise económica e de políticas seja real - no que conta, José Silva Lopes é mais do mesmo embora com mais inteligência e sensibilidade social - então só nos resta apelar para a entidade reguladora da comunicação social. Porque quem percebe alguma coisa de economia não pode estar sujeito a ouvir da boca de Medina Carreira, com o silêncio conivente do Mário Crespo, que os economistas que dele discordam são uns “trafulhas”. O contrato de exploração da SIC obriga-a a respeitar o pluralismo de opinião e a tratar com decência os telespectadores.
Cumprimentos de um economista atento e razoavelmente informado.
No dia 9 de Setembro, no Parlamento Europeu, todos os deputados socialistas portugueses votaram sem hesitações a favor de uma resolução que "expressava profunda preocupação pelas medidas tomadas pelas autoridades francesas e de outros Estados Membros tendo por alvo os ciganos", instando tais autoridades a imediatamente suspender as expulsões e apelando à Comissão, Conselho e a outros Estados Membros que interviessem nesse sentido.
Tratou-se de uma resolução activamente promovida pelo Grupo dos Socialistas e Democratas, em que se integram os socialistas portugueses. Com linguagem moderada, em resultado de intensas negociações entre todos os grupos políticos. Nos debates com Durão Barroso e Viviane Reding, na manhã e na tarde do dia 7, todos os intervenientes socialistas, encabeçados pelo líder Martin Shultz, não pouparam na invectivação das expulsões colectivas estigmatizantes de Sarkozy e de outros governos europeus e na condenação da inacção da Comissão Europeia diante de tão acintosas violações do Tratado de Lisboa e dos direitos humanos fundamentais.
Incredulidade e apreensão - foram as minhas primeiras reacções às notícias de que o Grupo Parlamentar do PS, na 6a.feira passada, se dividira no voto de um texto proposto pelo BE, que visava associar a AR ao voto do PE. Por não ser o PS a tomar a iniciativa e por revelar descoordenação entre o que o PS faz na AR e no PE, ainda por cima num assunto de excepcional sensibilidade política (ao ponto de, finalmente, levar Durão Barroso a engrossar a voz face ao seu correlegionário de direita Sarkozy no último Conselho Europeu).
Vergonha e amargura - é o que expresso agora, depois de ter falado com deputados socialistas na AR para apurar o que se passou: "ordens de cima!" E só um socialista - Sérgio Sousa Pinto, a quem presto homenagem - teve a coragem de votar de acordo com a sua consciência, além de mais 14 que encontraram formas menos afirmativas de se dissociar de tão indecorosas instruções.
Ordens que terão sido inspiradas por instâncias governamentais. Instâncias tacanhas no entendimento do que é a política externa, pois ainda que se justificasse uma demonstração de "real politik" (e não se justificava, estando em causa a lei europeia e direitos humanos fundamentais), tal exercício não caberia a parlamentos, mas sim a governos.
Ordens insuportáveis, por serem politicamente indefensáveis ("o Sarko é amigo"...); por contradizerem o património histórico e político do PS, quer quanto ao respeito pelos direitos humanos em geral, quer quanto ao empenhamento dos seus governos - incluindo este - na inclusão da comunidade cigana em Portugal; e, finalmente, por serem ofensivas do que deve corresponder à consciência política de um/uma socialista.
Para registo: diante de tais ordens, eu desobedeço.
Em tempos idos tive o azar de ter um chefe de gabinete que me respondeu, do seu fatinho de seda confeccionado por medida, que era impossível pagar um estacionamento feito em serviço porque isso iria repercutir-se na gasolina que o gabinete deixaria de ter para ele se deslocar duas vezes por semana à sua santa terrinha.
Esse chefe de gabinete despachava, da ponta da sua caneta Mont Blanc, despachos que faziam o gabinete manter os níveis de ansiedade em limites razoáveis, inviabilizando acções importantes porque, segundo as sentenças emanadas dos botões de punho em ouro que abotoavam os punhos dobrados das suas alvas camisas, o controlo que se lhes teria de aplicar iria dar um trabalho danado.
A medicamentação parece andar na mão de um desses chefes de gabinete. Um dos que pensam que estes velhos de um cabrão querem gastar em remédios o dinheiro destinado ao ar condicionado dos seus BM. Ainda por cima sendo uns velhos sabidos e trapaceiros que, em conluio com essa outra maltosa das batas brancas, sacam os remédios para si e também para vizinhos fora de prazo que, em vez de se finarem, esbanjam os parcos recursos destinados a quem é eleito para se governar. E como dá trabalho controlar a coisa, o melhor é extingui-la. Mata-se o mal pela raiz.
As candidaturas à presidência da república têm de descolar dos rótulos e dos controleiros e os estados-maiores dessas candidaturas têm de ser coordenadores (e não promotores das acções) envolvendo todos e sacudindo o imobilismo dos que, por não acreditar, querem deixar andar para ver no que dá.
Portugal não está em condição de permitir que o marasmo se arraste. Compete aos portugueses avançar com inventiva, com imaginação, com esperança e será nas acções de cidadania, independentemente e para além das das máquinas organizativas, que se espera encontrar o movimento que colocará Alegre em Belém.
Espero que quem o quiser fazer não se deixe condicionar. De falinhas mansas e de mãos pelo pêlo já estamos fartos.
Vamos a isto!
in blog A BARBEARIA DO SR. LUÍS
PS.:
De novo, construímos um blog de apoio à candidatura de Manuel Alegre para Presidente da República, tal como em 2005. De novo, acreditamos que é possível colocar um poeta e um socialista na Presidência da República em 2011.
Mãos à obra. Vamos a isto!
Manuel Oliveira
Angariação de fundos da candidatura de
à Federação Distrital do Porto do Partido Socialista
Almoço - sábado, 18/Setembro – 13h , 20 Euros
Informações e inscrições:
Tlm.: 91 765 7954
Local: Valongo - Rua Conde Ferreira, 233 r/c
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é uma das marcas de sucesso da democracia portuguesa. Principal pilar do sistema de saúde, o SNS concretiza uma política de saúde centrada no cidadão e orientada para mais e melhor saúde.
Depois da falsa partida que levou à desclassificação nas sondagens do projecto de revisão constitucional do PSD, a coisa voltará esta semana à carga, agora devidamente embrulhada em papel de lustro de "estratégia de comunicação", conforme recomendado pelo "marketeer" prof. Marcelo. A operação começa amanhã com um pequeno-almoço de Passos Coelho com directores de jornais (os directores de jornais sempre saem mais baratos que Figo, e com uma torrada e um sumo já se compra uma manchete); depois será Teixeira Pinto, o monárquico que o PSD encarregou de rever a Constituição dita da República, a "reunir com jornalistas para lhes explicar o sentido das propostas". Estas sofreram um "lifting" completo, tendo sido sujeitas a várias camadas de maquilhagem verbal para embelezar (despedimento "por razões atendíveis" passará a despedimento "com bons modos") as rugosas intenções de Coelho quanto à escola pública, o SNS e a liberalização dos despedimentos. Na quinta, finalmente, a versão Lili Caneças do projecto terá apresentação na RTP a cargo do próprio Passos Coelho. A imprensa cor-de-rosa está em pulgas.
Manuel António Pina
JN – 2010/09/13
Jorge Costa:
"No domingo, no final do jogo, poderemos tirar mais conclusões e perceber que nesta fase em que a selecção precisa de toda a ajuda, há clubes que não estão a ajudar".
Para os “entendidos” (PC, LFV, ...) da bola:
na qualificação para o Mundial 2010 nos primeiros cinco (5) jogos a Selecção Nacional de Futebol obteve seis (6) pontos em quinze (15) possíveis, sem os “avançados” Luís Horta e Laurentino Dias.
NÃO BATAM MAIS NO CEGUINHO. OS RESPONSÁVEIS SÃO OS MESMOS: Madail e Queiroz.
No dia 11, no Centro Cultural de Belém, reúne-se a tropa alegre.
Às 18:30 horas, depois da reunião dos representativos, será o tempo dos apoiantes do candidato à Presidência da República poderem partilhar com Manuel Alegre as suas ideias e propostas que terão de transformar esta corrida a Belém em algo, pelo menos, tão aliciante como foi a última campanha onde a iniciativa de cada um conseguiu suplantar as rotinas que tomaram conta das máquinas partidárias.
As candidaturas à presidência da república têm de descolar dos rótulos e dos controleiros e os estados-maiores dessas candidaturas têm de ser coordenadores (e não promotores das acções) envolvendo todos e sacudindo o imobilismo dos que, por não acreditar, querem deixar andar para ver no que dá.
Portugal não está em condição de permitir que o marasmo se arraste. Compete aos portugueses avançar com inventiva, com imaginação, com esperança e será nas acções de cidadania, independentemente e para além das das máquinas organizativas, que se espera encontrar o movimento que colocará Alegre em Belém.
Espero que quem o quiser fazer não se deixe condicionar. De falinhas mansas e de mãos pelo pêlo já estamos fartos.
Vamos a isto!
(Documentos de propositura disponíveis para download)
Retirado daqui
Luís Novaes Tito
A Barbearia do Senhor Luís
O patronato apresentou a sua factura ao OE para 2011 que, simplificadamente, consiste na exigência de menos despesa pública e mais "incentivos" ao investimento privado.
Trocada a coisa em miúdos, os patrões querem que o Estado desinvista em sectores como a Saúde, a Educação ou a Segurança Social e invista neles próprios, que todos os dias gritam estridentemente por "menos Estado" e todos os dias se atropelam na pedinchice de "apoios", "ajudas" e "incentivos" do Estado.
Curiosamente, soube-se no mesmo dia que 1,7 milhões de "incentivos" do Estado à "Dyn'aero", de Ponte de Sor, tinham "voado". Como, em 2009, "voaram" os 8 milhões com que foram "incentivadas" empresas como a "Facontrofa", a "Mactrading" ou a "Alberto Martins de Mesquita & Filhos" ou, já este ano, os 936 mil da "Leirislena" (que, dois meses após ter embolsado o "apoio"... se declarou insolvente).
Ocorre-me, correcta e aumentada, uma das "Ladainhas modernas" de Junqueiro:
"S. Venha-a-Nós, satisfazei-nos este desejo
S. Venha-a-Nós, este desejo timorato
S. Venha-a-Nós, fazei do [Estado] um queijo
S. Venha-a-Nós, e fazei de nós um rato".
Manuel António Pina
JN – 2010/09/07
O linguista norte-americano Noam Chomsky elaborou a seguinte lista de "10 estratégias de manipulação" através dos média. Segue uma tradução publicada no Brasil:
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO. (DIFERIDO é que é)
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")".
6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e pôr fim ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Estimular o público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
Retirado daqui
“José Torres faleceu esta sexta-feira, depois de travar uma batalha de anos contra a doença de Alzheimer. O Bom Gigante foi um dos símbolos do Benfica da década de 60, juntamente com José Augusto, Coluna, Eusébio ou António Simões. "Deixem-me sonhar" ficará na história do futebol luso.
José Torres, ou o Bom Gigante, alcunha pela qual ficou conhecido dada a sua compleição física, é uma das figuras que marcou o seu lugar na história do futebol nacional. Fez carreira no Benfica, entre 1959 e 1971, e ao lado de Eusébio construíram um ataque demolidor, ainda apoiados por Coluna, Simões ou José Augusto. De 1972 a 1975 representou o Vitória de Setúbal.
Antes de chegar ao Benfica, o futebolista iniciou-se no clube da sua terra, Torres Novas, e acabaria a carreira aos 42 anos, em 1980, no Estoril-Praia.
Pela selecção nacional, o Bom Gigante estreou-se a 2 de Janeiro de 1962, frente à Bulgária, jogo que Portugal acabou por perder por 1-0. A par de Coluna, Simões e Eusébio, José Torres fez todos os seis jogos de qualificação e todos os jogos da fase final do Mundial de 1966. A sua carreira ao serviço da equipa das quinas terminou em 1972, a 13 de Outubro, com o mesmo adversário: a Bulgária. Ao serviço da selecção apontou 14 golos.
Como técnico, o Bom Gigante ficou famoso pela célebre frase "deixem-me sonhar", proferida na fase de qualificação para o Mundial de 1986, em que o apuramento era uma realidade em que apenas ele acreditava. Mas parece que ele, ao contrário da maioria, estava certo. No entanto, o também famoso acontecimento em Saltillo acabou por manchar a prestação da selecção nacional.
Ainda como treinador, passou pelo Estrela da Amadora, pelo Boavista e pelo Varzim.
José Torres estava a cinco dias de completar 72 anos, mas a doença acabou por levar a melhor sobre aquele que será conhecido sempre como o Bom Gigante e que nos últimos anos de vida se debateu ainda com graves problemas financeiros.”
Inês Henriques
SAPO
Foi um dos ídolos da minha infância. Paz e descanso à sua alma. Até sempre.
“In an example of using social networking to organising an activists campaign, on the 26th of July a group of PES activists, led by Desmond O’Toole (Irish Labour Party), and José Reis Santos (Portuguese Socialist Party), launched a Campaign for a PES Primary on Facebook. So far the Group has attracted over 1000 members and is generating significant publicity with articles in New Europe and euobserver, not to mention blog articles by Jon Worth, David Chopin and Ralf Grahn amongst others.
According to Desmond and José, the campaign’s objective is that the next PES Council, in Warsaw in December, agrees to schedule democratic primaries in every member party of the PES to select the candidate for Commission President. This call is based on Resolution 2 from PES Congress 2009 in Prague, in which it was agreed that giving a face to a political platform is imperative in today’s politics, especially in such difficult elections as the European ones. To tackle apathy at the European ballot box it was agreed to have a PES candidate for the European Commission Presidency.
Primaries are just one mechanism of choosing a candidate. In a paper by Dr. Ania Skrzypek, FEPS Policy Advisor, there are at least five methods suggested for selection. One thing is clear however, the goal is a landslide victory in 2014, how that goal is reached is going to be an exciting and engaging debate.“
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